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Também temos coisas boas
Depreciar tudo o que fazemos, como brasileiros, tem sido um hábito nos últimos anos, cada vez mais comum e escancarado, em todas as áreas. Ouvimos muito que “Não fazemos nada certo”.
Parecemos aquela hiena pessimista Hardy, de antiga série de TV, que sempre falava ao Lippy, o leão: “Eu sei que não vai dar certo… Oh dor, oh, vida, oh céus, oh azar…” [2].
Ocorre que, se cada um fizer a sua parte, já melhoraremos muita coisa. É correto e saudável criticar, mas só reclamar não adianta. Querem derrubar “tudo o que está aí” e colocar o quê no lugar?
Somos uma nação em formação e se olharmos para trás, nos daremos conta de que muito já foi feito. E temos muito trabalho ainda.
Cada um precisa melhorar em algo. Devemos ser o exemplo das virtudes que admiramos ou exigimos dos outros. Não pense que as crianças farão diferente do que os pais fazem, só porque eles dizem. Tem que mostrar.
Mas a todo tempo, ouço falar que somos inferiores. Isto já embute um preconceito, no qual se afirma que alguns seres humanos são melhores que outros.
Não somos superiores ou inferiores a ninguém, somos o que queremos ser: brasileiros. Precisamos incentivar entre nós as coisas boas, não as más.
Lembremo-nos, o barco é um só. Não tem para onde ir, se um dia tudo ruir. Se algo vale para o planeta, vale também para nosso país. Cuidemos do que ainda temos.
Vamos desinfectar esta aura de pessimismo e depressão. Há muitos brasileiros nos quais podemos nos espelhar. Trago um exemplo, um marco da engenharia que está passando em brancas nuvens, como se não fosse nada.
A FAB encomendou à Embraer, em 2007, o projeto de um avião cargueiro multiuso, para substituir os ultrapassados Hércules C-130. A Embraer é a terceira maior fabricante de aviões do mundo. O projeto brasileiro tem como parceiros a Argentina, Portugal e a República Tcheca.
Em apenas 5 anos (do lançamento oficial do programa, em 2009), estes 4 países projetaram e construíram o KC-390, cujo protótipo já fez seu vôo inaugural [4].
O avião, que custa 1/3 menos que o Hércules, pode ser utilizado em missões de transporte, salvamento, combate a incêndios florestais, reabastecimento em vôo, dentre outras e tem capacidade para 23 toneladas de carga.
A Embraer construiu uma fábrica só para produzir o KC-390, no ritmo de 3 aviões a cada 2 meses.
Serão 28 aeronaves para a FAB e outro grande cliente poderá ser os Correios [5], em função do aumento do comércio eletrônico (figura 2). Sem falar em vários outros países, que já firmaram cartas de intenção de compra.
Na irmã Argentina, o lançamento do KC-390 é tido como “um orgulho para a aviação do país” [6]. Na República Tcheca, um jornal local [7] elogia o contrato de fornecimento de 20 anos para a Embraer. Em Portugal [8], também saúdam o contrato com a Embraer e o desafio para a engenharia portuguesa.
No Brasil, onde esta aeronave será fabricada, poucos sabem da conquista que foi construir um avião de grande porte. Atualmente, é o maior avião fabricado na América Latina. É um firme passo para, mais adiante, industrializar aviões maiores ainda.
Isto é bom ou ruim para o pais? Você sabia disso?
Para mais informações, acessar referências abaixo. A evolução do projeto do KC-390, por exemplo, está no sítio Defesa BR [5].
![Figura 3 – Apresentação do KC-390, onde é possível comprovar o tamanho da aeronave. Fonte: Portal Defesa [1].](https://dicasdozebio.files.wordpress.com/2015/04/81_495587005ed.jpg?w=595&h=320)
Figura 3 – Apresentação do KC-390, onde é possível comprovar o tamanho da aeronave. Fonte: Defesa BR [5].
Referências
[1] Portal Defesa – Voa o KC-390! – http://portaldefesa.com/voa-o-kc-390/
[2] Hanna-Barbera – Lippy & Hardy – http://www.hannabarbera.com.br/lippy/lippy.htm
[3] Jr. Lucariny – Embraer C-390F Correios – https://www.youtube.com/watch?v=GI0qgE1rV4U
[4] Embraer – Youtube – Vídeo do primeiro vôo – https://www.youtube.com/watch?v=HlJ1u1GgaFs
[5] Defesa BR – Embraer KC-390 – O cargueiro militar tático – http://www.defesabr.com/Fab/fab_embraer_kc-390.htm
[6] Troncote 100 – Youtube – Avion KC-390 de transporte Argentina Brasil trabajando juntos – https://www.youtube.com/watch?v=0upELHZFd3M
[7] Hospodářské Noviny – Aero uzavřelo nejdůležitější obchod za 20 let. Bude dodávat díly pro brazilská letadla – http://byznys.ihned.cz/c1-51555140-aero-uzavrelo-nejdulezitejsi-obchod-za-20-le
[8] Publico – Barriga e asas do novo KC-390 com a marca da engenharia portuguesa – http://www.publico.pt/economia/noticia/barriga-e-asas-do-novo-kc390-com-a-marca-da-engenharia-portuguesa-1673522t-bude-dodavat-dily-pro-brazilska-letadla
[9] FAB – Novo avião da FAB faz vôo inaugural – http://www.fab.mil.br/noticias/mostra/21391/KC-390—Novo-avi%C3%A3o-da-FAB-faz-voo-inaugural
[10] Poder Aéreo – Não, o KC-390 não é um avião pequeno – http://www.aereo.jor.br/2014/10/21/nao-o-kc-390-nao-e-um-aviao-pequeno/
[11] Aero in – Maior aeronave já projetada no Brasil fez hoje o seu voo inaugural – http://www.aeroin.net/maior-aeronave-ja-projetada-no-brasil-fez-hoje-seu-voo-inaugural/
[12] Notícias Militares – Youtube – Tudo sobre o KC-390 – https://www.youtube.com/watch?v=wN5Bs9R5qm8
PROJETO – Fonte de alimentação CC profissional 0-40V, 0-4A
Quando queimou minha fonte CC ajustável de bancada, de construção artesanal, pensei em comprar uma nova, mas o custo de um equipamento de qualidade me fez optar novamente pelo “faça você mesmo”. Vasculhei muitos artigos de eletrônica, em busca de uma fonte com boa relação custo-benefício e que utilizasse peças de fácil reposição.
A intenção era dispor de uma fonte melhor, pois a anterior tinha um problema chato, que era a elevação da tensão de saída após o desligamento. Daí lembrei de uma antiga revista Elektor, onde encontrei o projeto desejado.
Conto aqui como foram feitas a montagem e as pequenas alterações no circuito, que entrega de 0 a 40V CC, com controle de corrente de 0 a 4A. Tem proteção total contra curtos-circuitos e compensação para a queda de tensão nos cabos.
É uma fonte de bancada de ótima qualidade, confiável, que utiliza componentes corriqueiros e baratos e dispõe de mais recursos que a maioria das fontes comerciais.
TÉCNICA – Conheça e conserte os reatores eletrônicos das fluorescentes
O aparecimento dos reatores eletrônicos para lâmpadas fluorescentes é relativamente recente. Utilizados primeiramente nas fluorescentes tubulares, logo depois foram incorporados às lâmpadas fluorescentes compactas (LFC).
Hoje, estão extremamente difundidos e encontrar um reator convencional (eletromagnético), feito de ferro-silício e cobre, é muito difícil. Pretendo neste post mostrar o princípio de funcionamento destes circuitos, que são um tipo específico de fonte chaveada. Também serão analisados diversos modelos de reatores eletrônicos encontrados no comércio, assim como fornecidas dicas para sua manutenção, com base na experiência adquirida.
LEDs – Como ligar, sem queimar
Atualmente, os LEDs (Light-Emitting Diodes, ou Diodos Emissores de Luz), especialmente os de cor branca, estão ganhando terreno muito rápido, em função da praticidade de uso e da economia de energia. Após revolucionarem a área de sinalização, começam a entrar no ramo da iluminação.
O preço dos LEDs brancos tem caído continuamente, possibilitando a utilização para decoração de ambientes e produção de vários itens de consumo, como lâmpadas, abajures, lanternas e luzes de emergência. Também podem ser encontrados painéis e tiras de LED, adaptáveis aos mais diversos usos. E estamos apenas no começo desta nova era tecnológica, pois já estão comercialmente disponíveis LEDs para corrente alternada (Cree, Luxeon, Samsung, etc.) e painéis OLED (Organic LED, da Verbatim).
Por ser uma tecnologia recente, turbinada pela ânsia dos fabricantes em definir a sua fatia no mercado, assistimos a uma inundação de produtos de baixa durabilidade – para dizer o mínimo. Para reduzir o preço dos equipamentos que utilizam LEDs brancos, o seu acionamento é simplificado ao extremo.
Por isso, os equipamentos de LEDs mais baratos tem sérios problemas, pois tendem a queimar com pouco tempo de uso. Neste artigo, abordo como os LEDs brancos são fabricados e quais os requisitos necessários para energizá-los com segurança, utilizando como exemplo uma luminária de mesa.
TÉCNICA – Projeto, confecção e montagem de placas de circuito impresso
Desta feita, exponho meus métodos de trabalho para projetar e construir placas de circuito impresso (PCI) de pequena e média complexidade.
O artigo está separado em 4 grandes blocos: projeto, transferência, confecção e montagem. Em cada etapa há comentários sobre o material necessário para aquele conjunto de atividades.
As fotos que servem de exemplo referem-se a dois diferentes projetos, já que o intuito é demonstrar a técnica. Um deles é um atenuador para amplificador de guitarras valvulado (L-pad), que foi feito em placa de fibra de vidro e poderá virar post em breve. O outro é um amplificador com o integrado LM4766, da National. O projeto do amplificador está disponível na internet – ver referência [1] – e tem um desenho muito cuidadoso. Inclusive, funcionou perfeitamente, tem ótima qualidade.
PROJETO – Carregador de uma, duas ou + baterias seladas
Este post trata de um modo não convencional para carregamento e utilização de baterias seladas (figura 1). É demonstrada a técnica para carga e utilização de duas ou mais baterias, evitando a interferência mútua. Além disso, estão agrupadas informações para conhecer melhor as baterias seladas e a forma de tirar melhor proveito delas.
A origem deste artigo foi a necessidade de carregar duas baterias de 6V e 4Ah, que foram as únicas encontradas no comércio para substituir uma maior, de 6V e 7Ah, de um brinquedo (carrinho elétrico) motorizado.
Além do mais, o artigo possibilita a reciclagem de componentes encontrados em fontes de computadores, comentado em post anterior.
SOM – Uma caixa acústica pequena, mas decente
Hoje mostro as atividades envolvidas para construir uma boa caixa de som. Boa, no sentido de ser a melhor possível, dentro de certos limites (tamanho e tipo de amplificação). Não é brincadeira. Meu melhor cliente (desde 1991), queria um sistema de caixas que pudesse utilizar no escritório, depois de eu ter construído para ele um sistema modificado do padrão CCDB, assunto de futuro post. Estamos em 2012 e já fazem 5 anos que ele decidiu que eu tinha que fazer as caixas. Mas a ideia do sistema ele tinha lançado há uns 10 anos, pelo menos…
Meu trabalho em outra área de interesse dificultou as coisas, além da atenção à família e um tanto de procrastinação. Mas, finalmente ficaram prontas. É um sistema de 2 caixas seladas, de 2 vias, com woofers de 6 polegadas e tweeters de domo (figura 1). Tive que projetar um crossover passivo, porque o cliente utiliza elas num receiver Polyvox, reformado. As medições e os cálculos realizados possibilitaram a agradável sensação de um comportamento exatamente dentro do esperado. Valeu a pena.