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Porque é BOM o novo padrão NBR de plugues e tomadas

19 de setembro de 2012

Figura 1 – Gambiarra em tomada padrão NBR.

Figura 1 – Gambiarra em tomada padrão NBR.

Há poucos anos, em janeiro de 2010, entrou em vigor, de modo compulsório, a nova norma brasileira para plugues e tomadas de uso doméstico e similar. No Brasil, só se pode comercializar plugues e tomadas que respeitem a NBR 14136. Há muita reclamação por causa da transição dos padrões, que acarretará despesas para todos. Alguns afirmam que “somos os únicos certos” ou “não fazemos nada direito mesmo”. Este artigo irá demonstrar que não é bem assim.

O padrão é aplaudido pela comunidade de engenheiros, pois melhorou muito a segurança das instalações. O que, por si só, já é motivo suficiente para implantá-lo, pois evitará muitas mortes. Além disso, o novo padrão de plugues e tomadas significa o coroamento de vários anos de estudo e pesquisa, que resultaram em normas de excelente qualidade.

 Este artigo tem por fim contar um pouco da história dos plugues e tomadas no Brasil. Saber como chegamos aonde chegamos. E, além de esclarecer algumas dúvidas, elogiar os bons trabalhos da área e puxar a orelha daqueles que ainda tem o que melhorar. Afinal, também sou consumidor e estou exercendo meu direito de expressão.

 Uma ressalva

Apesar de utilizar pouca linguagem técnica neste texto, é necessário algum consenso na definição dos termos aqui utilizados, porque chega a ser impressionante a falta de conhecimento verificado em muitos fóruns a respeito de coisas básicas, como a definição do que é plugue e do que é tomada!

Por isto, para quem ainda está confuso: plugues são aquelas peças “macho” com pinos, que recebem energia, que vem junto com os aparelhos. Tomadas são aquelas peças “fêmea”, com furos, que fornecem energia, e são geralmente montadas na parede… Outros termos, no decorrer do texto, quando necessário, serão brevemente explicados.

 A história do novo padrão NBR de plugues e tomadas

Nosso “causo” começa há mais de 40 anos. Em 1970, a IEC criou o subcomitê SC 23C, chamado Worldwide plug and socket outlet system (Sistema mundial de plugue e tomada), que resultou, em 1986, na norma IEC 906-1 (hoje IEC 60906-1), conforme referências [1] e [2]. IEC é a abreviação, em inglês, de Comissão Eletrotécnica Internacional. Ela pretende implantar na União Europeia e talvez um dia no mundo todo, um padrão universal de plugues e tomadas. Atualmente, existem no planeta perto de 110 configurações diferentes destes produtos.

Figura 2 - Europlug.

Figura 2 – Europlug.

 O Brasil, como muitos outros países, não cria suas normas a partir do nada, pois reinventar a roda não tem sentido. Por isso, várias normas brasileiras são espelhadas em versões internacionais, provenientes da IEC, ISO, NFPA, AMN ou JIS. A versão brasileira da norma IEC 60906-1, divulgada pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) é a NBR 14136, cuja primeira edição data de 1998 [3]. Até 2011, somente Brasil e África do Sul tinham implantado o padrão internacional. Por conta disso, a IEC faz um ELOGIO a estes dois países, no texto sobre a história do padrão [1]. Antes da aplicação desta norma, havia no Brasil cerca de 10 configurações diferentes de plugues e tomadas.

 Apesar de parecer que estamos sozinhos na instalação do padrão mundial é interessante saber que, conforme [4] e [5], o Europlug – plugue denominado tipo C, de 2 pinos para aparelhos de baixa potência e dupla isolação, criado em 1963 e adotado como padrão na Comunidade Europeia em 1990, mostrado na figura 2 – é totalmente compatível com o novo padrão brasileiro. E é considerado o plugue mais utilizado no mundo, conforme [6].

 Para quem só vive de importados, é bom lembrar que o Brasil utiliza, há pelo menos 50 anos, pinos redondos nos plugues, com o mesmo diâmetro e espaçamento que hoje (4 e 19 mm, respectivamente). Conforme o INMETRO, em 2006 mais de 80% dos plugues de 2 pinos existentes no mercado eram compatíveis com o novo padrão brasileiro [7]. Atualmente, este índice deve ser melhor ainda. Em princípio, todo equipamento elétrico ou eletrônico vendido no comércio nacional deveria respeitar as normas ABNT.

 Um problema é que alguns países, de forma indireta, por conta do seu poder de produção e/ou de consumo, tentam impor seu padrão ao mundo. Se não fosse assim, todos no planeta estaríamos utilizando o metro e não a polegada, ou o grau Celsius e não o Fahrenheit, pois são padrões universais muito mais antigos que os dos plugues e tomadas. Essencialmente, são questões comerciais, políticas, ou até militares.

 Com relação àquela norma original europeia (IEC 60906-1), não foram seguidas todas as recomendações. No Brasil há fornecimento de tensão de 127V e 220V, então procurou-se otimizar o padrão ABNT da melhor maneira possível, sempre com foco na compatibilidade e minimização de custos. Basicamente, foram duas modificações, amplamente discutidas antes de serem implantadas, conforme referências [7], [8] e [9].

Figura 3 - Plugues NBR 10A e 20A, 2 e 3 pinos.

Figura 3 – Plugues NBR 10A e 20A, 2 e 3 pinos.

Primeiro, em função da padronização da tensão no continente europeu (220-240V) [6], a norma deles (IEC) aceita o Europlug – com pinos de 4 mm para até 2,5A – e o plugue IEC, para até 16A, que tem pinos de 4,5mm de diâmetro. Com isso, conexões que seguem esta norma podem ligar aparelhos de até 550W com o Europlug e até 3520W com os plugues IEC. Tanto o Europlug como o plugue IEC, são compatíveis com o padrão brasileiro (figura 3).

Umas continhas – Quem lembra das aulas de eletricidade sabe que a tensão é inversamente proporcional à corrente. Por exemplo, um aquecedor bivolt comum, de 1000W de potência, sem motor. Como é uma carga resistiva (não apresenta reação ao fluxo da corrente elétrica), tem fator de potência igual a 1, então o consumo pode ser expresso em Watt, que é a tensão multiplicada pela corrente. Se ele for ligado em 220V, consumirá metade da corrente do que quando estiver ligado em 110V. Mas no final o resultado será igual, pois a potência consumida será a mesma (1000W).

Vejamos: a lei de Ohm diz que I=P/V. Corrente (I, em Ampére) é igual à potência (P, em Watt) dividida pela tensão (V, em Volt). Então, a corrente em 220V será I=1000/220, resultando em 4,54 Ampére. Em 110V, o resultado de I=1000/110 será 9,09A. Como a corrente em 110V é o dobro, obviamente serão necessários fios e conexões mais robustos, ou eles aquecerão, desperdiçando energia.

 Por causa deste detalhe técnico, nosso país optou por manter o padrão de pinos de 4mm de diâmetro para correntes até 10A. E definiu o diâmetro de 4,8mm para acomodar correntes de até 20A. É um avanço em relação à proposta europeia, pois consegue-se conectar, na tomada de 20A, além de seus respectivos plugues, aqueles de menor capacidade de corrente – como o plugue NBR de 10A, o Europlug de 2,5A e o IEC de 16A.

O padrão também substitui os plugues NEMA 10, de ar condicionado e lavadoras de roupa, que tinham 3 pinos chatos. A tomada de 20A NBR pode manejar até 4400W de potência (figura 4).

Além disso, por causa do diâmetro diferente dos pinos, aparelhos que consomem muita corrente e tem o plugue de 20 A não conseguem encaixar nas tomadas de 10A. Isso evita o aquecimento da conexão e a perda inútil de energia. Ou pior, a possibilidade de causar incêndios.

Figura 4 - Plugue NEMA 10 e plugue NBR 20A 3 pinos.

Figura 4 – Plugue NEMA 10 e plugue NBR 20A 3 pinos.

Figura 5 - Plugues NBR com 2 pinos maciços e Europlug.

Figura 5 – Plugues NBR com 2 pinos maciços e Europlug.

Segundo, aquele trecho isolante na base dos pinos fase e neutro dos plugues, como o do Europlug, não é compulsório, os pinos podem ser maciços, conforme figura 5. Isto simplificou a produção destes itens e aumentou sua robustez. Mas tornou obrigatório o poço de 1 cm de profundidade nas tomadas. Com esta regra, evitam-se os choques com qualquer plugue, pois não é possível tocar nos pinos energizados.

Se o poço nas tomadas não tivesse sido definido e ainda fosse preciso evitar os choques, os brasileiros teriam de trocar TODOS os seus plugues com pinos metálicos inteiriços, inclusive deixar de fabricá-los, e passar a utilizar somente aqueles pinos com o trecho isolante. Sem falar que, muitas vezes, os plugues de pinos metálicos com isolante ficam retidos nas tomadas, pois as pontas dos pinos engatam na moldura durante a retirada. A inclusão do rebaixo nas tomadas, portanto, foi uma escolha pior?

Como se pode observar, vários detalhes influenciam a criação das normas técnicas, elas não são editadas no canetaço, como muitos pensam.

Objetivos das normas técnicas

 Cada norma técnica geralmente trata de um assunto específico. Por isso, quando é definido um padrão, como o dos plugues e tomadas, ele é geralmente formado por um conjunto delas, cada qual atendendo um aspecto, como proteção, isolação, durabilidade, adaptações, dimensões físicas, materiais utilizados, etc. Além disso, outras normas já existentes são pré-requisitos para a implantação das novas. Por exemplo, a NBR 14136 utiliza a simbologia definida pela NBR 11467, de 1990.

Assim, a padronização de algumas áreas começa a abranger outras e outras, formando uma rede de requisitos mínimos, que resultarão na elevação da qualidade geral dos produtos industrializados. Portanto, para o consumidor é melhor que existam normas que nivelem o nível de qualidade dos fabricantes e padrões que ampliem a compatibilidade.

Voltando ao nosso assunto, a norma mais conhecida – ABNT NBR 14136 – atende à padronização de plugues e tomadas (dimensões e forma, essencialmente). Já a norma ABNT NBR NM 60884-1, baseada na IEC 60884-1, trata dos requisitos gerais de plugues e tomadas (características elétricas, ensaios de conexão e durabilidade, etc). Para os adaptadores, temos a norma ABNT NBR 14936, baseada na IEC 60884-2-5. E a lista segue em frente. Pode-se imaginar o trabalho que dá a definição de regras gerais que resultarão em impactos mais ou menos importantes na sociedade.

A transição da NBR 6147 e IEC 60884-1 para a NBR NM 60884-1

Em 1980, já tínhamos uma norma nacional para plugues e tomadas, a NBR 6147. Que foi válida até 2001, para os fabricantes e importadores. E que durou até 2004 para lojistas e varejistas, através de sucessivas portarias que ampliaram o prazo de validade. 

Em 1983, a portaria do INMETRO 111/1983 implantou a certificação voluntária (por conta da vontade da empresa) de plugues e tomadas.  A certificação passou a ser compulsória a partir de 2000, com a portaria 185/2000.

Então, aqueles plugues tipo losango, de dois pinos, ainda válidos, já eram anunciados em norma brasileira há mais de 25 anos. A NBR 6147 foi substituída pela NBR NM 60884-1, de 1998, baseada na IEC 60884-1, editada inicialmente em 1994.

Figura 6 - Plugue Pial NBR 6147.

Figura 6 – Plugue Pial NBR 6147.

É interessante lembrar a louvável atitude da Pial, hoje braço da Legrand francesa. O plugue hexagonal já era vendido em meados da década de 1980, com certificação NBR 6147 (figura 6). Não lembro de nenhum outro fabricante, naqueles anos, ostentar nos seus produtos o selinho do INMETRO.

A via-crucis da implantação

Figura 7 – Parte da página inicial da NBR 14136 – fonte: [3].

Figura 7 – Parte da página inicial da NBR 14136 – fonte: [3].

A NBR 14136 (figura 7), publicada inicialmente em 1998, com sua última alteração relevante publicada em 2002, além de erratas em 2007, 2012 e 2013, define as dimensões de plugues e tomadas para uso doméstico e análogo, de até 20 A/250 V em corrente alternada, no Brasil. Cuidado com a palavra análogo aí acima: ela significa similar, semelhante, não tem nada a ver com analógico.

Em 16/01/2004 o INMETRO publicou a portaria nº 19, que traçou o cronograma de implantação da NBR 14136 de forma escalonada, desde os fabricantes e importadores até os lojistas. Portanto, quem diz que a obrigatoriedade de sua aplicação é muito apressada, não sabe do que está falando, pois o cronograma foi definido em 2004!

Considerando somente a versão mais recente da norma, as empresas tiveram mais de 8 anos para se adequar ao padrão vigente. O prazo inicial da compulsoriedade era 2006, mas foi protelado para o começo de 2010. Na referência [9], uma palestra da Siemens mostra a sequência das portarias. Já a referência [10] tem uma palestra da ABINEE (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica), que mostra alguns motivos da indústria que impulsionaram/dificultaram a adoção do padrão.

Há coisas difíceis de mensurar estatisticamente, mas que deveriam ser levadas em conta se desejamos um futuro melhor para nosso país. Quantas pessoas tiveram aparelhos queimados por causa dos maus contatos em conexões ruins? Quantas levaram choques, perderam tudo o que tinham ou até morreram, por causa da tremenda insegurança de plugues e tomadas de má qualidade? Até quando teríamos que aguentar produtos vagabundos, que apresentam sérios riscos de danos pessoais e incêndio? Alguém foi responsabilizado por estas tragédias, ou elas foram consideradas apenas “acidentes”?

Para certos empresários, a coisa só funciona na base da canga. A segurança dos usuários, muitas vezes parece ser secundária. Por isso a certificação dos produtos elétricos tem que ser obrigatória, ou não será possível exigir de todos (fabricantes e lojistas) um nível mínimo de qualidade e segurança.

Compatibilidade

Muito do que a NBR6147 determinava em 1980 vale ainda hoje, como o diâmetro dos pinos e a distância entre eles. A compatibilidade dos plugues e tomadas vem de longa data, pois o padrão não mudou o que já estava estabelecido, apenas acrescentou.

Os padrões mundiais de plugues e tomadas são classificados por letras, conforme [11], [12] e [13]. No Brasil, usávamos o tipo C e agora é o tipo N. Há muita semelhança entre os dois tipos, quando a ligação é com 2 pinos. Na figura 8, todos os plugues tem mais de 10 anos e são encaixáveis no novo padrão.

Figura 8 - Plugues antigos e ainda compatíveis.

Figura 8 – Plugues antigos e ainda compatíveis.

Há também outros tipos de plugues, como os da figura 9. Muitos deles ainda estão em uso em nossas residências. Todos são incompatíveis com o novo padrão. Temos, por exemplo,mais à esquerda, um modelo de pinos redondos, tipo C, de um ferro de passar roupa, com mais de 30 anos. É possível existirem alguns deles ainda funcionando, mas certamente já estaria na hora de trocar o rabicho…

Figura 9 - Plugues incompatíveis com o novo padrão NBR de plugues e tomadas. Da esquerda para a direita: modelo de ferro de passar, de baquelite com e sem proteção, Nema 10 e Schuko.

Figura 9 – Plugues incompatíveis com o novo padrão NBR de plugues e tomadas. Da esquerda para a direita: modelo de ferro de passar, de baquelite com e sem proteção, Nema 10 e Schuko.

Continuando da esquerda para a direita na fig. 9, aparece um plugue de baquelite tipo C, com fendas nas pontas dos pinos, muito utilizado na década de 1970. É improvável que alguém tenha saudade de levar choque, que acontecia facilmente quando o fio desenrolava um pouco. Isso quando não dava um estouro, por causa do curto-circuito…

Pior ainda é aquele que parece um oito, também tipo C. É semelhante ao plugue anterior, mas não tem a cobertura circular que impede o contato dos fios com os dedos. É extremamente perigoso, por causa da pequena área isolada de contato. Não é compatível com a NBR14136 por causa do menor comprimento dos pinos, que não chegam a encaixar nas tomadas novas, pois elas tem recuo nos contatos. O formato de fixação dos fios obriga a manutenções frequentes, pois vai soltando aos poucos. Um plugue desses, jamais conseguiria certificação.

O plugue com 3 pinos chatos, padrão NEMA 10, chamado de tipo I, era utilizado em aparelhos de ar condicionado e lavadoras de roupa e exigia uma tomada exclusiva, impedindo que fosse utilizada para outro equipamento, pois eram totalmente incompatíveis. O novo padrão nos livrou desta dor de cabeça. Esta conexão tem uma patente americana, datada de 1915, segundo [13].

O último é o plugue Schuko, tipo F. Origina-se de uma patente alemã de 1926. Tem capacidade para até 16A em 250V e tornou-se um padrão de fato na Europa, conforme [13]. Os pinos tem a distância do padrão brasileiro, mas este plugue também é incompatível com o padrão NBR.

Figura 10 - Dois plugues NEMA 1, de 2 pinos e o plugue NEMA 5, com pino terra.

Figura 10 – Dois plugues NEMA 1, de 2 pinos e o plugue NEMA 5, com pino terra.

Os equipamentos importados, destinados aos mercados japonês e norte-americano, geralmente são fornecidos com os plugues de pinos chatos, padrões NEMA 1 e NEMA 5, ver fig. 10. Não foi possível compatibilizá-los com o padrão NBR, por conta de suas dimensões, pela possibilidade de choques e pelo frequente número de falhas que apresentavam nas tomadas universais.

Mas convenhamos, se alguém comprou no exterior um aparelho para ser utilizado no Brasil, obviamente deveria ter a responsabilidade de trocar o plugue, para torná-lo compatível com nossas tomadas. Até porque o plugue sairá mais barato do que um adaptador

Motivos para não incluir o padrão NEMA na norma NBR

Os plugues do padrão NEMA 1, com 2 pinos chatos (tipo A) e NEMA 5, com o pino terra (tipo B), vem em boa parte dos equipamentos estrangeiros. A NBR 14136 foi desenvolvida com vistas à ampla compatibilidade, mas com estes plugues foi impossível, conforme [8] e [9].

Primeiramente, as tomadas compatíveis com o padrão NEMA permitem a inserção parcial do plugue, aumentando o risco de choque elétrico. Depois, a espessura e o comprimento dos pinos chatos, muito variável, provoca a típica retenção dos plugues NEMA mais grossos, causa de constantes reclamações. Nos plugues com pinos mais curtos e finos, são frequentes os maus contatos.

Outro ponto é a área de contato, que seria de apenas 3 mm no plugue NEMA, por causa do recesso dos contatos na nova tomada. O recuo dos contatos, em relação à superfície dos furos, foi criado para evitar choques elétricos. A pequena área de contato no plugue NEMA favorece o aquecimento da conexão. No plugue NBR, a área de contato é de 9 mm, já considerando tal recesso (fig. 11).

Figura 11 - Dimensões envolvidas nos padrões NEMA e NBR – Fonte: [9].

Figura 11 – Dimensões envolvidas nos padrões NEMA e NBR – Fonte: [9].

Por último, o tamanho da tomada. No padrão NBR, ela ocupa METADE do espaço necessário para a antiga tomada universal (fig. 12). Em tomadas modulares, tira-se um módulo universal e coloca-se dois NBR. O ganho de espaço significa economia, pois diminui a necessidade de pontos de conexão na parede.

Portanto, o padrão NEMA não ficou compatível com o padrão NBR por absoluta impossibilidade de atingir os objetivos propostos de segurança e economia para o usuário. Claro que agora, neste momento de transição, quem utiliza muito o padrão NEMA terá uma boa despesa para trocar seus plugues e tomadas. Mas como a norma não é retroativa, pode-se ir trocando conforme a necessidade, lentamente.

Figura 12 – Módulos de tomada universal e NBR.

Figura 12 – Módulos de tomada universal e NBR.

Por quê chegamos a esta bagunça de padrões?

Voltemos ao passado e vejamos o que aconteceu para chegarmos a este ponto. O nosso padrão sempre foi de pinos redondos, basta ver as tomadas antigas (fig. 13).

Ocorre que, por um lado, houve um aumento das importações, desde uns 30 anos para cá. Por outro, a falta de pulso firme na definição de padrões compulsórios para a comercialização de conexões elétricas no Brasil trilhou o caminho para aquela insustentável situação de poucos anos atrás, com a utilização de mais de 10 configurações.

Da metade da década de 1970 em diante, houve a necessidade de criar uma tomada (fig. 14) que fosse compatível também com os pinos chatos, tal era a quantidade de equipamentos que apareciam no comércio com estes plugues. Nesta época é que começou a invasão de produtos oriundos do Paraguai.

Depois, na década de 1990, quando os computadores pessoais (PC) começaram a se popularizar, estes equipamentos obrigaram algumas mudanças nos requisitos de energia.

Figura 13 – Antigas tomadas de 2 pinos redondos, a da esquerda é de porcelana (louça) e as restantes são de baquelite.

Figura 13 – Antigas tomadas de 2 pinos redondos, a da esquerda é de porcelana (louça) e as restantes são de baquelite.

Figura 14 - Tomadas universais, para pinos chatos e redondos, de embutir e sobrepor.

Figura 14 – Tomadas universais, para pinos chatos e redondos, de embutir e sobrepor, plásticas.

Mesmo hoje, todos os circuitos de um PC trabalham com baixas tensões e altas correntes e necessitam de uma fonte de alimentação robusta. Para aumentar a eficiência e reduzir o peso destes equipamentos, eles passaram, desde então, a utilizar fontes chaveadas.

Estas fontes entregam muito mais potência por kg do que as fontes lineares, que utilizam transformadores de ferrossilício. Em contrapartida, podem gerar descargas elétricas no usuário, por causa da arquitetura dos componentes eletrônicos internos. Por isso, os computadores popularizaram os plugues 2P+T (2 pinos + terra).

Figura 15 - Trecho de catálogo Pial de 1991, com as conexões NBR.

Figura 15 – Trecho do catálogo Pial de 1991, com as conexões NBR.

Figura 15 - Trecho do catálogo Pial de 1991 com plugues NEMA.

Figura 16 – Trecho do catálogo Pial de 1991, com plugues NEMA.

Nos primórdios da informática, não havia um padrão de 3 pinos disseminado pelo país. O modelo existente no comércio nacional, passível de utilização, era aquele para ar condicionado, de 3 pinos chatos, padrão NEMA 10, incompatível com todos os outros. No final dos anos 1980, até houve uma tímida tentativa de implantar um padrão de 3 pinos redondos, que naquele tempo tinha um problema de projeto (fig. 15).

Os 3 pinos eram alinhados, o que impossibilitava garantir a conexão correta de fase e neutro. A Pial chegou a lançar este plugue, como mostra a foto de seu catálogo de 1991, p. 23, mas não foi aceito pelo mercado. À época, a IEC tinha problema semelhante no seu padrão, que foi corrigido com o deslocamento lateral de 3 mm do pino central e gerou a atual norma. Aquele padrão, chamado de tipo L é utilizado, por exemplo, pelos vizinhos Chile e Uruguai [11].

Figura 17 - Plugue NEMA 5 e plugue NBR 2 pinos junto a régua de tomadas universal de um nobreak.

Figura 17 – Plugue NEMA 5 e plugue NBR 2 pinos junto a régua de tomadas universal de um nobreak.

Na falta de um padrão obrigatório, o que vem de fora fica. Como a maioria dos computadores importados era desenvolvido nos EUA e Japão, o padrão NEMA 5 passou a ser utilizado em nosso país e tornou-se o padrão de fato para estes equipamentos (fig. 16).

Isso forçou o desenvolvimento de tomadas universais (fig. 17), que aceitam os 2 pinos redondos tradicionais, os plugues NEMA 1 e os plugues NEMA 5. Estas tomadas universais foram muito utilizadas nas réguas de extensão e estabilizadores para computadores, o que consagrou a adoção do padrão NEMA 5 na área da informática.

Padrão NBR+NEMA?

Figura 18 – Plugue de 2P redondos + T.

Figura 18 – Plugue de 2P redondos + T.

Às vezes, é melhor rir para não chorar… Uma empresa brasileira criou um curioso plugue 2P+T (fig. 18). Tem 2 pinos redondos, no espaçamento padrão NBR de 19 mm, mais o pino terra, com o espaçamento do padrão NEMA 5. Inclusive exibe o selo no INMETRO, não sei como conseguiu. Faltam mais informações sobre este episódio. Este plugue só cabe nas tomadas multi uso brasileiras de que falamos no tópico anterior. Depois reclamam que os estrangeiros não consideram o Brasil um país sério! Com tais empresários nadando contra, não é nada fácil!

Do caos para a ordem

A falta de atitude política na definição de um padrão compulsório para os plugues e as tomadas no Brasil há várias décadas é o que, essencialmente, causou a situação atual, que finalmente está tomando um rumo adequado. Deveríamos elogiar a adoção da norma, não ficar “metendo o pau”, sem conhecimento de causa.

Se os políticos pensassem sempre no bem comum, no benefício da maioria, o Brasil estaria melhor há muito tempo. O que não pode ocorrer, como parece ter sido este caso, foi ceder à pressão de certos grupos para atrasar determinadas implantações ou para ficar tudo como está. Muitos destes sofrem de miopia, não querem modificar sua matriz produtiva, mesmo que isso implique lá na frente em maiores ganhos. Pesquisa, só se o governo fizer.

É interessante lembrar porque são necessários os padrões universais. Na área da eletricidade, a preocupação tomou importância na Feira Mundial de 1904, em Saint Louis, Missouri, EUA, que durou sete meses, conforme [1], [14] e [15]. Os exibidores no Palácio da Eletricidade, vindos do mundo todo, requeriam o fornecimento de numerosas tensões diferentes. Uns precisavam de corrente contínua, outros de corrente alternada com 1, 2 e 3 fases e de frequências muito diferentes. Além disso, havia uma enorme variedade de plugues e tomadas. Os engenheiros ali reunidos decidiram que era urgente a criação de padrões.

A sociedade evoluiu de modo constante, em grande medida por causa da gradual implementação de padrões, para quaisquer atividades ou produtos. Poderia se dizer que tudo começou com a escrita, ou até antes, com os métodos de contagem. Símbolos e unidades internacionais possibilitaram aumentar todo tipo de intercâmbio entre pessoas, empresas e nações. É óbvio que há interesses políticos, militares e comerciais, pois as definições podem beneficiar mais algum país ou conglomerado do que outro, afinal cada um puxa a brasa para seu assado.

Falando em assado, a NEMA (National Electrical Manufacturers Association), com sede em Washington, EUA, representa empresas que juntas, em 2008, faturavam mais de U$120 bilhões. A associação partiu para uma estratégia de globalização e criou uma série de escritórios ao redor do mundo, o primeiro deles foi aqui. Em 1999, lançaram, em São Paulo, a Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Elétricos NEMA Brasil. Mas hoje, ao procurar a página da instituição, retorna erro (www.nema.org.br). Há notícias sobre a NEMA-Brasil até 2009, conforme [16], [17] e [18]. Nelas, nota-se uma preocupação constante com a segurança, mas é possível que, além disso, procurasse disseminar o seu próprio padrão. Isto fica visível no artigo contra a norma NBR 14136, denominada “padrão jabuticaba”, publicado na revista Veja número 2136, de 28 de outubro de 2009 – referência [19] -, onde um dos engenheiros que baliza as opiniões é Hilton Moreno, então representante da NEMA-Brasil.

Mas o resultado dos padrões universais ao longo do tempo é benéfico para todos. Por exemplo, quando alguém compra uma lâmpada com soquete E27, originária de qualquer lugar do mundo, sabe que ela irá rosquear perfeitamente no plafon do quarto. Se isto não ocorrer, será porque um dos fabricantes não respeitou o padrão. Ou o plafon do seu quarto usa outro tipo de soquete…

Afinal, 2 pinos ou 3 pinos?

O novo padrão brasileiro de plugues e tomadas não impede a existência dos plugues de dois pinos. Isso desfaz uma confusão comum, pois são as tomadas que devem ter, obrigatoriamente, a conexão de aterramento. Houve inclusive um debate sobre isto, após a publicação da NBR 14136. Ela entraria em conflito com a NBR 5410, que exige aterramento em tudo, mas prevaleceu o bom senso, conforme [8] e [16]: 2 pinos também pode, mas só para as tomadas móveis e os plugues.

Todas as edificações devem disponibilizar instalações elétricas com o fio terra desde 1990, por exigência da norma principal do setor elétrico, a NBR 5410. Exigência bem especificada para as tomadas, na versão de 2004 da norma e reiterada em 2006, pela lei 11.337.

Ferramentas elétricas e eletrodomésticos pequenos, como furadeiras e liquidificadores, são comercializados com plugues de 2 pinos. Como a única conexão elétrica que eles tem é com a fonte de energia, é muito difícil a pessoa entrar em contato com as partes “vivas” do circuito elétrico, pois as peças metálicas nunca ficam energizadas.

Figura 19 - Símbolos de dupla isolação em furadeira, televisor LED, fonte de roteador e de notebook.

Figura 19 – Símbolos de dupla isolação em furadeira, televisor LED, fonte de roteador e de notebook.

Por isso funcionam com segurança com estes plugues simples. Estes aparelhos apresentam, na etiqueta de informações técnicas, o selo de isolação “classe II”, também chamado de isolação dupla ou isolação total (fig. 19). O selo é aquele símbolo com dois quadrados, um dentro do outro. A isolação classe II é que garante, em princípio, a segurança do usuário e desobriga o pino de aterramento [20].

O isolamento das fontes chaveadas

Já tem aparecido no mercado fontes chaveadas com plugues de dois pinos, até para notebooks. Elas dispensam o fio terra e apresentam o selo característico de isolamento classe II.

Sob meu ponto de vista, todos os aparelhos com fontes chaveadas deveriam ter aterramento, pois SEMPRE haverá algum risco de choque, já que estas fontes não tem isolamento total da rede elétrica. Em todas elas há um capacitor, ou um grupo deles, que liga o lado da rede elétrica (primário) com a conexão de saída (secundário). São características intrínsecas deste tipo de fontes (fig. 20).

Por isso nem sempre será possível garantir a ausência de alguma descarga elétrica, pois estes equipamentos tem várias conexões com o mundo exterior, através de superfícies metálicas eventualmente expostas.

Fiz um teste simples em alguns equipamentos com fontes chaveadas, tentando descobrir quão isoladas são estas fontes. Medi com um multímetro a capacitância entre os terminais de entrada (rede elétrica) e de saída (fonte ou chassis do equipamento). Todos os equipamentos testados não tem pino terra e exibem o selo de dupla isolação.

Figura 20 - Placa de fonte chaveada, onde se nota dois capacitores azuis, de acoplamento entre primário (esquerda) e secundário (direita).

Figura 20 – Placa de fonte chaveada, onde se nota dois capacitores azuis, de acoplamento entre primário (esquerda) e secundário (direita).

Por ordem de perigo potencial, em primeiro lugar ficou a fonte da TV LED, que apresentou 1,55 nF (nanofarad) entre primário e secundário. Depois, um carregador de celular analógico, com 1,12 nF, uma fonte de notebook, com 250 pF (picofarad), uma fonte de roteador, com 100 pF e por último um carregador de celular relativamente novo (4 anos), com 30 pF. O que indica que todas estas fontes poderão dar um choque, em maior ou menor grau.

Uma característica dos capacitores é que bloqueiam a corrente contínua (após carregados) e deixam passar a corrente alternada. A passagem de corrente alternada depende, essencialmente, do valor do capacitor. Como os capacitores são ligados entre primário e secundário das fontes chaveadas, pode-se imaginar o efeito produzido. Por isso, sempre haverá algum perigo, que será maior quanto mais alto for o valor da capacitância. Aparentemente, equipamentos mais modernos e econômicos tem mostrado uma tendência de redução no valor do capacitor de acoplamento, o que os tornam cada vez menos ofensivos.

Para exemplificar o problema do isolamento em fontes chaveadas, suponhamos um carregador de celular ligado na tomada. Se alguém tocar uma parte metálica do plugue que liga ao celular, poderá levar um choque. Principalmente se estiver descalço, pois isto aumentará o contato com o solo.

Isto vale para outros eletrônicos, como televisores e leitores de DVD, pois também utilizam fontes chaveadas. Sempre que estes aparelhos estiverem ligados à rede elétrica, será possível receber uma descarga ao encostar num conector. Ou até queimar algum componente interno, caso sejam interconectados os equipamentos já energizados.

O fio terra serve de escoamento da corrente elétrica porventura existente na carcaça dos aparelhos, evitando os choques. Ele é necessário para os equipamentos que possuem peças metálicas passíveis de energização, no caso de falha no isolamento da rede elétrica; que induzem correntes no gabinete metálico; ou ainda aqueles que podem gerar eletricidade estática. Então, geladeiras, máquinas de lavar, chaleiras elétricas e secadoras, por exemplo, devem ter aterramento.

A posição do fase e do neutro

Com a adoção do novo padrão de plugues e tomadas NBR, surgiram dúvidas, como a posição do fase e do neutro. Geralmente, nas conexões vendidas no comércio, o terra é identificado claramente com uma marca no pino central, ao contrário dos outros dois pinos.

Figura 21 - Tomada NBR fêmea vista de frente – fonte:[21].

Figura 21 – Tomada NBR fêmea vista de frente – fonte:[21].

Segundo o blog do professor João Eriberto Mota Filho [21], palestrante muito competente e disputado nos Fóruns de Software Livre, e que entrou em contato com um consultor da ABNT, a ligação correta é: olhando uma tomada pela frente, se o fio terra está em cima, como no desenho, o fase é o da direita (fig. 21).

Mas, nas residências de 127 V (que todos chamamos de 110 V), as tomadas de 220V, utilizadas para ar condicionado, por exemplo, terão dois polos fase! Isto é uma característica das redes de 127 V brasileiras e é o motivo de não haver marcação de fase e neutro nas tomadas.

A posição do terra e a orientação dos plugues

O pino central fica para cima ou para baixo? Apesar da norma NBR mostrar o terra para cima, não está definida a obrigatoriedade, até porque a tomada pode ser colocada na vertical. Não tem importância, em princípio, desde que seja respeitada a ligação correta do terra no pino central.

Seria mais lógico que o terra ficasse para baixo, pois isso até facilita a associação terra=solo, pela evidente proximidade. Mas isso continua sendo uma questão pessoal.

O posicionamento do pino central poderá, eventualmente, atrapalhar em tomadas múltiplas, apertadas no mesmo espelho, quando for conectado um plugue com saída lateral. Mas tem solução:  A PEZZI produz um modelo interessante (fig. 22), desenvolvido por Andrea Paolo (está escrito internamente no plugue). Os pinos são agrupados num módulo independente, no qual o usuário pode escolher de que lado ficará montado o pino terra.

Figura 22 - Plugue Pezzi com saída lateral, pinos em módulos.

Figura 22 – Plugue Pezzi com saída lateral, pinos em módulos.

A falta de ideias

Como o mundo não é somente de boas ideias, também temos um fabricante que criou um problema, numa tomada dupla de sobrepor (fig. 23). O molde é injetado e não permite modificar a posição das tomadas, pois uma fica invertida em relação à outra. Isso aumenta o tempo de montagem, já que os fios ficam cruzados dentro da caixa.

Se o fabricante optasse por maior modularidade ou mesmo quisesse facilitar o serviço dos eletricistas, não teríamos este tipo de incômodo. Além do mais, se tiver um plugue de saída lateral, com o pino terra mais próximo ao cabo, é impossível utilizar as duas tomadas, pois uma delas ficará coberta pelo plugue.

Figura 23 – Módulo duplo de tomadas NBR.

Figura 23 – Módulo duplo de tomadas NBR.

Figura 24 - Plugue Crabtree Slimline, sul-africano, saída lateral, além de régua múltipla.

Figura 24 – Plugue Crabtree Slimline, sul-africano, saída lateral, além de régua múltipla.

É difícil entender a falta de empenho de algumas empresas, no desenvolvimento de bons produtos elétricos no Brasil.  Por exemplo, o que impede algum fabricante brasileiro de produzir outro tipo de plugue, com saída lateral diferente, como este da fig. 24, produzido pela Crabtree [22], para a África do Sul?  Ele facilitaria o encaixe em múltiplas tomadas e ajudaria sua organização.  Inclusive, é mencionada esta possibilidade na NBR 14136 (fig. 25). 

Figura 25 – Posições para o cabo dos plugues na NBR 14136, p. 10. Fonte: [3].

Figura 25 – Posições para o cabo dos plugues na NBR 14136, p. 10. Atentar que a polaridade mostrada é para o PLUGUE, visto de frente. Fonte: [3].

Há outras ideias, que eventualmente parecem novas, mas já foram utilizadas há muito tempo. O plugue da fig. 26, cujo fabricante é MARLEX, é de um antigo rádio a válvulas e tem uma alça para facilitar a retirada, além de saída lateral para o cabo. Era indústria brasileira, com duas patentes requeridas… Esta marca hoje é registrada para um produto hospitalar, e também utilizada por várias empresas, mas nenhuma na área da eletricidade. Na fig. 27, é mostrado um “novo” plugue com alça.

Figura 26 - Plugue de baquelite MARLEX, com furo central, brasileiro.

Figura 26 – Plugue de baquelite MARLEX, com furo central, brasileiro.

Figura 27 - Plugue com alça, mostrado como ideia nova. Fonte: referência [23].

Figura 27 – Plugue com alça, mostrado como ideia nova. Fonte: referência [23].

Aparentemente, falta um pouco de coragem para assumir o risco de desenvolver novos produtos, ninguém quer ser o primeiro. Se alguém fez e deu certo, aí são seguidos pelos outros.

As gambiarras

Claro que muitos consumidores ainda precisam melhorar seu comportamento com relação à eletricidade. Certamente, que lê este texto já presenciou pessoas enfiando as pontas dos fios da extensão de uma furadeira na tomada, ao invés de utilizar um plugue, como na fig. 1.

Se aqueles “profissionais” contassem o tempo que perdem (sem falar nos acidentes), a cada vez, para fazer a gambiarra funcionar, veriam que estão perdendo dinheiro. Ou talvez o tempo para eles não seja igual a dinheiro.

O novo padrão NBR dificulta este tipo de atitude, pois os contatos estão mais recuados da superfície da tomada. Seriam estes que falam contra o novo padrão? Para eles, há um link interessante, da autoria do engenheiro Hilton Moreno, que mostra como é a profissão de eletricista nos Estados Unidos. É a referência [24].

Além disso, a praticidade de conexões elétricas em boas condições de uso, melhora muito a produtividade do profissional. Quando alguém realiza um serviço de modo rápido e limpo, sem necessitar qualquer coisa do contratante que não tenha sido previamente acertada, cobrando um preço justo, esta pessoa será recomendada sempre que aparecer a oportunidade.

É o que muitos trabalhadores ainda não aprenderam: a propaganda de boca-em-boca funciona para quem faz um bom serviço, não uma meia-sola que obrigará a novo chamado em breve.

Conclusão

Talvez seja necessário perguntar porque muitos não consideram a capacidade de nossos engenheiros de intervirem na bagunça que é o mercado de plugues e tomadas, normatizando-o e dando um passo à frente para tornar o mundo melhor. Também não levam em conta a força do consumidor brasileiro, que pode usar seu poder de compra para gerar negócios em benefício próprio, ou seja, nós mesmos.

Geralmente, é o que todos os países desenvolvidos tem feito: criam demandas para as quais eles tem capacidade de atender e das quais auferirão polpudos recursos, que serão reinvestidos na própria sociedade. Por quê temos de fazer diferente, se este seria um bom caminho para nosso desenvolvimento?

Os europeus são famosos por criarem padrões universais e de boa aceitabilidade. Nosso padrão de plugues e tomadas sempre foi, historicamente, alinhado ao modelo europeu, de pinos redondos. Além disso, muitos especialistas estudaram o padrão IEC de plugues e tomadas e o consideraram o mais adequado. A escolha não foi feita por decisão de uma pessoa importante, foi por muito trabalho, de muitas pessoas, por vários anos.

Quem fala contra esta evidência talvez esteja a defender um outro padrão. O Brasil fez um movimento em direção à compatibilidade internacional, não o contrário. A incompatibilidade de conexões elétricas só serve para aqueles que vivem pensando em guerra, por isso tem que ter tudo diferente. Parafusos, trilhos de trens, unidades de medida, plugues e tomadas, o que for…

Finalmente podemos escolher a conexão conforme a corrente de trabalho, evitando o desperdício de energia. Não precisamos mais de uma tomada exclusiva para as máquinas de lavar ou os aparelhos de ar condicionado. E não levamos mais choques tão facilmente. E geramos empregos no país. Estamos errados?

Para quem ficou interessado no assunto, nas referências estão os links que balizaram este artigo. Além disso, está em preparo um texto sobre o aterramento, que muitos ainda negligenciam.

Referências

Todas as imagens são de autoria de Eusébio Pizutti, exceto onde indicado.

Todos links visitados em agosto e setembro de 2012.

[1] IEC – História do plugue IEC – http://www.iec.ch/worldplugs/history.htm

[2] Museu de plugues e tomadas – O padrão IEC60906-1 – http://www.fam-oud.nl/~plugsocket/IEC60906-1.html

[3] ABNT – Catálogo – http://www.abntcatalogo.com.br/default.aspx

[4] eNotes – Europlug – http://www.enotes.com/topic/Europlug

[5] Wikipedia – Europlug – http://en.wikipedia.org/wiki/Europlug

[6] Telenet – Panorama dos padrões mundiais de plugues e tomadas – http://users.telenet.be/worldstandards/electricity.htm

[7] Inmetro – Palestra com os motivos da escolha do novo padrão – http://www.inmetro.gov.br/painelsetorial/palestras/PalestraPresidente.pdf

[8] Inmetro – Palestra sobre a NBR5410 – http://www.inmetro.gov.br/painelsetorial/palestras/PalestraNBR5410.pdf

[9] Inmetro – Palestra Siemens – http://www.inmetro.gov.br/painelsetorial/palestras/PalestraSiemens.pdf

[10] Inmetro – Palestra ABINEE – http://www.inmetro.gov.br/painelsetorial/palestras/PalestraABINEE.pdf

[11] IEC – Padrões de plugues e tomadas por país – http://www.iec.ch/worldplugs/list_bylocation.htm

[12] Wikipedia – Padrões de plugues e tomadas – http://en.wikipedia.org/wiki/Mains_electricity_by_country

[13] Wikipedia – Configurações de plugues e tomadas no mundo – http://en.wikipedia.org/wiki/AC_power_plugs_and_sockets

[14] Feira Mundial de Saint Louis, Missouri, em 1904 – http://www.mohistory.org/Fair/WF/HTML/Overview/

[15] Tour para a Feira Mundial de Saint Louis, Missouri, em 1904 – http://www.crawforddirect.com/worldfairtour.htm

[16] Revista Lumiére – Artigo sobre a NBR5410 – http://www.portallumiere.com.br/index.php?strArea=noticias&id=8647

[17] Portal RFID – Comentário sobre a instituição NEMA Brasil – https://sites.google.com/site/portalrfid/implantacao-e-instalacao-de-sistemas/nema-brasil-1

[18] Obra 24h – NEMA Brasil alerta sobre requisitos de segurança – http://www.obra24horas.com.br/materias/tecnologia-e-sustentabilidade/nema-brasil-destaca-a-importancia-das-instalacoes-eletricas-seguras

[19] Revista Veja – Artigo sobre a norma NBR 14136 – http://veja.abril.com.br/281009/jabuticaba-eletrica-p-100.shtml

[20] Wikipedia – Classes de isolamento – http://pt.wikipedia.org/wiki/Classe_de_isolamento

[21] Blog do professor João Eriberto Mota Filho – http://www.eriberto.pro.br/blog/?p=142 ou http://eriberto.pro.br/blog/?p=142

[22] Crabtree – Slimline compact – plugues e tomadas IEC – http://www.crabtree.co.za/modules_fe/layout1/displayFullNews.asp?newsID=19

[23] Blog que mostra uma “novidade” de plugue muito antigo – http://www.eissoaicampeao.com/2011/07/ideias-de-tomadas-criativas-ou-nao.html

[24] Hilton Moreno – Como é a vida de um eletricista nos Estados Unidos – http://www.osetoreletrico.com.br/web/colunistas/hilton-moreno/889-como-e-a-vida-de-um-eletricista-nos-estados-unidos.html

  1. Theofilo
    29 de janeiro de 2016 às 10:13

    Gostaria de saber se existe na norma ou em outro local, falando que é obrigatorio alterar os modelos de tomadas ja existentes nas residencias e escritorio? ou se trata de algo que nao tem obrigração?

    • 1 de fevereiro de 2016 às 00:35

      Theofilo, nas construções novas é obrigatório a instalação do novo padrão, por causa da segurança, isto é ditado pelas normas ABNT. Por exemplo, desde a década de 1990 o fio terra é obrigatório e ainda assim, vemos muitas instalações sem aterramento.

      Já em instalações antigas, a troca não é obrigatória, é gradual, por causa da eventual necessidade de substituição de algum componente, que terá que ser comprado no mercado (que só vende o padrão ABNT).

      Lembre-se: normas existem para tudo: o consumo de água do vaso sanitário, o ruído do liquidificador, a eficiência do ventilador, as canalizações de água e esgoto, as fechaduras das portas, tudo é ditado por normas. E o que ainda não é, um dia será. As normas são editadas visando a nossa segurança e um nível mínimo de qualidade nos produtos.

  2. Rosi
    12 de janeiro de 2016 às 09:23

    Bom dia. Poderia me esclarecer mais claramente sobre adaptador? Comprei um produto com pino 20A e o vendedor me mandou comprar um adaptador pois minhas tomadas são 10A. É correto? Tem riscos?

    • 17 de janeiro de 2016 às 23:38

      Rosi, a criação das tomadas de 20A foi para compatibilizar equipamentos de maior consumo, como lavadoras de roupas, ferros de passar e ar condicionado. Se você tem um equipamento destes e quer ligá-lo, sairá mais barato trocar a tomada por um modelo de 20A, do que comprar o adaptador. Se suas tomadas são embutidas, veja a marca e compre somente o módulo necessário, e instale ou peça para alguém instalar. É interessante cuidar os pólos fase e neutro.

      No caso de usar um adaptador de 20A numa tomada de 10A, o que você terá é dor de cabeça.
      Cuide que você tem um aparelho que precisa de pinos mais grossos (maior consumo de corrente, maior potência) e o adaptador conecta ele numa tomada de pinos mais finos (menor consumo, menor potência). O resultado é aquecimento (perda de dinheiro em calor e perigo de incêndio).

      Isto aconteceu na empresa onde trabalho, a tomada quase pegou fogo. Leia este “causo” em outro post meu: https://dicasdozebio.com/2014/10/20/dica-porque-nao-usar-adaptadores/

  3. Flávio Marim
    23 de dezembro de 2015 às 22:30

    Uma bela aula. Parabéns. Construí minha casa recentemente e aos poucos estou trocando chicotes, adaptadores e até aparelhos. Gosto do padrão novo, é seguro pro meu guri e pros meus aparelhos. Tenho equipamentos de mais de 10A e graças ao novo padrão não consegui liga-los na tomada errada, tive que trocar tudo nos conformes. Eu gosto. É uma coisa bem feita.

  4. Alexandre Miranda
    22 de dezembro de 2015 às 00:04

    Olá, Euzébio, boa noite.
    Moro no Rio de Janeiro e fiquei muito animado ao descobrir seu blog, ótimo nível e esclarecedor.
    Trabalhei com eletrônica por mais de 30 anos, em diversos setores, principalmente no setor militar, onde os padrões são extremamente rígidos. Convivi por mais de 20 anos com o padrão elétrico europeu, ou seja, 220V 50Hz, incompatível com a maioria dos nossos equipamentos, que são quase sempre 60Hz. Em escala doméstica até que tudo bem, mas em escala industrial… Terrível. Os servo-mecanismos, então, trabalhavam em 115V 400Hz. Uso restrito e exclusivo.
    Como você disse no seu post, há coisas muito antigas, e tão antigas que eu até nem me lembro mais.
    Estou no momento com uma pequena dúvida e gostaria de sua ajuda.
    Mudei-me para um apartamento que tem um aparelho de ar condicionado, antigo, que ficou muito tempo parado mas parece estar bom. O plugue é aquele de 3 pinos chatos e eu não gostaria de retirá-lo, pois existe a tomada equivalente. Minha dúvida é se a ligação está correta, uma fase de 127V e um neutro. São usados os dois pinos paralelos, e o central, mais abaixo, desprezado, pois não há terra no prédio. Minha dúvida é se a fase é do lado esquerdo ou direito da tomada.
    Muito grato pela atenção.

    • 27 de dezembro de 2015 às 00:24

      Alexandre, a falta do fio terra poderá causar estática, devido à rotação dos ventiladores do aparelho, portanto, alguém com sapato isolante, eventualmente poderá levar alguma descarga após o aparelho ficar muito tempo ligado. Obviamente, isso não ocorre tão facilmente em ambientes onde a umidade é alta, geralmente mais de 80%.

      Para saber qual o fio fase e o neutro de eletrodomésticos, faça um teste: com o aparelho ligado na rede elétrica, experimente roçar com as costas da mão uma superfície metálica dele. Se o fio fase estiver correto (ligado internamente e não na carcaça), você não sentirá nada.

      Quando a fase está invertida, a carcaça fica “viva”, daí será percebido um formigamento nas costas da mão, que poderá tornar-se um choque se estiver descalço. Outra forma é medir com lâmpada de teste. O lado que ela não ligar, ou ligar mais fraco, é a ligação correta.

      Em aparelhos mais modernos, quase não é possível fazer isso, devido ao melhor isolamento dos motores.

      Mas se sua dúvida é o lado correto de ligação daqueles 3 pinos chatos, é o seguinte: olhando a tomada de frente, instalada na parede, com o pino central (Terra) para baixo, o Neutro é o da esquerda. Cuide se o plugue do ar condicionado tem gravado nele a letra N, fica mais fácil.

      Além disso, cuide que muitos aparelhos de ar condicionado não são 127V, pois ficam ligados em 220V. É que nos lugares onde a rede é 127VCA, 220VCA é o valor resultante de tensão entre duas fases diferentes. Aí não teria muito sentido o fase e neutro.

  5. 9 de dezembro de 2015 às 17:41

    meu irmão, melhor que explicações é a prática. No primeiro mês fui instalar na lavanderia as tomadas com o novo padrão (porque os lojistas disseram que estavam proibido de vender os antigos). Tenho duas máquinas de lavar, uma 110v e outra 220v eu tenho bombas na casa e utilizava aquela tomada de 3 pinos chato em triângulo e torto para 220v. COLOQUEI este MALDITO PADRÃO e no segundo dia minha mulher enfiou a tomada de 110v na maldita tomada de 220v. Minha máquina de lavar nova está parada até hoje. Porque não fazer um padrão do tipo pino chato para 220v e redondo para 110v. Quem paga meu prejuízo? SEGUNDO PONTO…nunca antes se teve tanta gambiarra em uma casa como hoje em dia para padronizar as tomadas.RESPEITO sei direito de defesa mas que é uma merda a isto é ! (desculpe a palavra mas se encaixa muito bem no assunto.)

    • 20 de dezembro de 2015 às 01:38

      Renato, cuide que o problema em sua casa é dispor de aparelhos com tensões diferentes, isto você deve configurar de forma a não confundir. Por exemplo, na empresa onde trabalho, os computadores dispõe de uma linha estabilizada de 120VCA e todas as tomadas ficam rentes ao chão. Qualquer outra tomada mais alta, tipo um metro de altura, é 220VCA. Um dia ainda o Brasil inteiro será 220VCA, aí isto acaba.

  6. coaracy
    20 de novembro de 2015 às 03:36

    A unica coisa q esse governo pensa é arrecadar, não importa se destroem os plugs e tomadas de um País inteiro.

    • 21 de novembro de 2015 às 23:36

      Leia o texto, há questões técnicas que você não está considerando.

  7. 19 de novembro de 2015 às 17:29

    E ainda por cima eh muita petulancia alquem querer fazer algo melhor, achar que consegue, fazer pinos e plugs melhores que os NEMA.

  8. 19 de novembro de 2015 às 17:24

    essa desgraça desse plugue do Lula, só pra ele e o filho ganhar grana. Eu comprei uma casa recentemente, e troquei todas as tomadas. Como aqui nesse pais de merda que vivemos, emtrei no E-Bay e comprei as famosas Wall Sockes americanas construidas em baquelite , não são essas merdas de plastico vagabundas da daneva ou pial , nem essas masquinhas barbante. Se o pais quizesse mesmo arrumar a casa, proibiria essesses e pinos e plugues de u real super vagabundos que tem nas lojas por ai .Enfim comprei material da melhor qualidade disponivel nos Estadois Unidos, fabricadas lá , nao são porgarias chinesas, elas são Nema5+redondo, as univeersais que aparecem nas figuras 12 e 17.
    Assim parei de passar raiva.

    • 22 de novembro de 2015 às 00:19

      Parou de passar raiva, mas vive tomando choque. Vai me dizer que estas tomadas são seguras?

      Leonardo, leia completamente o artigo. Suas opiniões estão com forte viés político. Lembre-se que a norma foi publicada durante o mandato de FHC, não de Lula. Lula somente acabou com as constantes protelações que vinham ocorrendo, por pressão de gente favorável ao padrão estrangeiro, não da comunidade brasileira de engenheiros, que sempre quis mais segurança. A questão primordial foi a SEGURANÇA, entenda isso. Mas se você acha que a vida de um pobre brasileiro não vale nada…

      Padrão é para ser obedecido. Praticamente tudo que utilizamos tem padrões: o vaso sanitário, o soquete das lâmpadas – elas também, o fogão à gás, as canalizações, os motores, os azulejos, os parafusos, os eletrodomésticos, o cimento, etc., etc.. Muitos dos nossos padrões são diferentes dos de outros países. E não é de hoje. São os padrões que disciplinam o comércio e nos livram dos maus produtos, não o contrário.

      Se falta fiscalização para coibir os maus fabricantes, lojistas e revendedores, que insistem em espalhar porcarias é porque não é possível ter um fiscal na porta de cada empresa (nenhum país tem). Falta é cada um reclamar os seus direitos e denunciar as irregularidades (a falta de obediência às normas, neste caso), só assim a coisa funciona. Não é olhando só lá pra fora que resolveremos nossos problemas.

      As tomadas “modernas” que compraste, feitas de baquelite (é o primeiro plástico que foi fabricado), só aguentam até 121°C (250°F), muito longe dos novos materiais termoplásticos, que podem alcançar mais do que o dobro disso. Além disso, a baquelite não é reciclável, nem flexível como os plásticos utilizados atualmente em conexões elétricas. Sinto dizer, você comprou um produto ultrapassado tecnologicamente, que quando queima libera gases tóxicos.

  9. Romero Titman
    26 de setembro de 2015 às 09:11

    Se um dia vão uniformizar a voltagem , o governo já deveria exigir dos fabricantes, que os produtos saissem de fábrica com bivoltagem há anos atrás. Vai ser mais um enorme abacaxi , jogado no colo da população brasileira, que vai gastar muito dinheiro para adaptar tudo que tem em casa para 220 volts. Eu mesmo tenho mais de 40 equipamentos, todos 110 v. Quem paga a conta? As famílias mais pobres, sofrerão ainda mais para fazer essa mudança drástica. Desculpe a quantidade de mensagens seguidas.

  10. Romero Titman
    26 de setembro de 2015 às 08:57

    Quero dizer que seu artigo é uma verdadeira aula. Seu conhecimento é sólido. Mas mesmo assim essa tomada é uma enorme dor de cabeça. Morei 14 anos em um apartamento, com as tomadas antigas: furos redondos, cortados no meio para equipamentos importados. Porque não colocaram o corte central nas tomadas novas, tendo em vista que o plug dos importados são menores? Só isso resolveria um monte de problema desnecessário. Inclusive para os turistas.

  11. alexaltorfer
    21 de agosto de 2015 às 23:11

    Não me conformo com o fato de nosso padrão não ser compatível com o padrão suíço, só por causa de uma pequeno deslocamento na posição do pino terra. O que custa cooperar com outros países para que haja mais compatibilidade? Por que a compatibilidade com a África do Sul é mais importante que com a Suíça? Por que o Brasil, a África do Sul e a Suíça não poderiam ser compatíveis, bastando haver consenso quanto à posição do raio do pino terra? Qual a vantagem em usar um padrão “non-compliant”?

    • 27 de agosto de 2015 às 21:43

      Alex, concordo contigo, em parte. O padrão suíço não é compatível com o nosso, apesar de ser muito parecido. O problema é que, se aceitássemos este padrão, o plugue ficaria mais largo do que é hoje (pois o terra é mais afastado ainda do centro), o que limitaria a quantidade de tomadas possíveis num espelho. Hoje, consigo colocar 3 tomadas de 3 pinos num só ponto, com o padrão universal anterior, seria possível somente uma tomada, e sobraria uma vaga para um interruptor. Com o padrão suíço, provavelmente caberiam só duas tomadas e mais nada.
      É uma opinião pessoal, não vi qualquer referência a este padrão nos trabalhos sobre a NBR dos plugues e tomadas.

    • 27 de agosto de 2015 às 23:46

      Meus cabos de força de meus equipamentos de áudio, não entram em nenhum furo central dessas tomadas, o que fiz? Comprei uma daquelas ainda mas ótimas barras de 6 tomadas, marquei o ponto onde entraria o pino central (terra) peguei minha máquina de furarar, fiz furos bem certeiros, e pluguei com sucesso todos meus equipamentos!

  12. Alex Altorfer
    21 de agosto de 2015 às 23:07

    O ridículo é o fato de nosso padrão não ser compatível com o padrão suíço, só por causa de uma pequeno deslocamento na posição do pino terra. O que custa cooperar com outros países para que haja mais compatibilidade? Por que a compatibilidade com a África do Sul é mais importante que com a Suíça? Por que o Brasil, a África do Sul e a Suíça não poderiam ser compatíveis, bastando haver consenso quanto à posição do raio do pino terra?

    • 27 de agosto de 2015 às 21:44

      Alex, respondi no outro comentário seu.

  13. Ricardo Jurczyk Pinheiro
    13 de agosto de 2015 às 14:04

    Só para dizer, Euzébio, que você está de parabéns pela calma em responder a tantas altercações iradas e de pobre argumentação. Aliás, conheço um dos “agressores” pessoalmente, inclusive. Há tempos aturo ele falando do “padrão jaboticaba” nosso…

    Quanto ao artigo, excelente. Estou relendo-o para me lembrar.

    • 15 de agosto de 2015 às 00:03

      Obrigado, Ricardo, seja bem vindo!

  14. 6 de julho de 2015 às 23:33

    A verdade que a grande maioria dos brasileiros não aprova esse novo padrão. O fato das pessoas terem equipamentos com plugs diferentes do atual padrão não quer dizer que o indivíduo fez contrabando ou algo irregular. Muitos tem equipamentos razoavelmente novos, que foram comprados legalmente no Brasil e que possuem plugs fora do padrão por terem sidos comprados a poucos anos atrás, antes da padronização obrigatória. Em outros casos as pessoas possuem vários equipamentos em bom estado mas fora do padrão. Se você é super fã do padrão, ótimo, mas respeite também a imensa maioria que discorda disso. O que acontece que as pessoas acabam comprando adaptadores que acabam com toda essa eficiência do padrão, ou trocam por conta própria os plugs, instalando os plugs novos sem muito conhecimento e os tornam até mais perigosos que antes. Se esse padrão é fruto de tantos estudos, porque não tornaram compatíveis com todos os modelos de plugs que eram compatíveis antes. Quer dizer, os “gênios” são os brasileiros, os burros são o resto do mundo.

    • 8 de julho de 2015 às 20:41

      Elton, não sei de onde surgiu a estatística onde se afirma que a maioria da população é contra o padrão ABNT de plugues e tomadas. Vejo é mais propaganda dos que teimam em implantar como compatível o padrão NEMA 1 e NEMA 5, de 15A, que na verdade somente deveria ser utilizado para a ligação de 110VCA. Nos EUA, o padrão para 220VCA é diferente de qualquer outro que temos no Brasil (os pinos chatos são perpendiculares). E o Brasil caminha para unificar a tensão de distribuição para 220VCA.

      Falar contra o padrão é desconsiderar nossa história e todo o trabalho dos engenheiros envolvidos no seu desenvolvimento, com o objetivo de tornar as conexões elétricas mais seguras. Experimente tocar os pinos energizados de um plugue NBR encaixando em sua respectiva tomada NBR. Não consegue? Então isto foi pior do que antes? MORTES SÃO EVITADAS!!

      Respeito que tem aversão ao novo padrão, mas o que devemos, a partir do fato da sua implantação, é assumi-lo, pois toda Norma Técnica é para ser seguida. Talvez aí esteja a raiz do problema, a obediência às normas e leis. Sem o respeito a elas, caminhamos rapidamente para a anarquia.

      Tenho que repetir a mesma ladainha, para quem não leu o artigo: o padrão FOI PUBLICADO EM 1998, 17 anos atrás! O problema é que muitos enxergam um viés político nesta questão. TODAS AS EMPRESAS, desde aquela época, souberam o que estava por vir e tiveram que adaptar os cordões de alimentação de seus produtos para vendê-los no mercado brasileiro. Mas como o governo ouviu muita choradeira (mais de uma vez), conseguiram protelar a fabricação até 2006. Para os lojistas, o prazo foi mais longo ainda.

      Utilizamos padrões para praticamente tudo o que compramos e justamente onde temos problemas com mortes, há aqueles que não querem aceitar sua implantação.

      Tente comprar um fio para instalação elétrica com capa de borracha e algodão, que era vendido para este fim há uns 40 anos. Não conseguirá achar em nenhum lugar, pois foi decidido há décadas que a fiação elétrica tinha que respeitar certas normas de segurança (normas técnicas ABNT), para evitar incêndios. As tomadas são apenas a continuação deste longo processo.

      Veja também se consegue comprar um cimento que não respeite as normas ABNT, ou um parafuso, azulejo, fechadura de porta, etc.

      Com relação a equipamentos antigos, que tem plugues fora do padrão, é um problema temporário. Trocando o plugue, quando possível, o problema é resolvido de forma elegante e segura. Tem um post meu que demonstra o passo a passo o modo de fazer, não tem erro. Equipamentos incompatíveis e que não tem plugue para trocar terão que usar adaptadores, infelizmente. E nenhum aparelho dura para sempre, ainda mais hoje em dia, onde tudo é descartável.

      A venda de equipamentos com o plugue de pinos chatos era apenas tolerada para o mercado de informática brasileiro, pois os aparelhos de ar condicionado tinham um plugue próprio, como demonstro neste post. Além disso, nenhum eletrodoméstico fabricado no Brasil pode ter plugue de pinos chatos, isto desde a década de 1980. Reafirmo que aparelhos que não os de informática, vendidos no mercado brasileiro com pinos chatos, são, em princípio, ilegais.

      Leia o artigo atentamente.

  15. 18 de junho de 2015 às 15:41

    PQP!!!! Esse padrão é terrível!!! todos os meus equipamentos e carregadores das minhas câmeras são do pino chato, NEMA 10 pelo que li, e ai Brasil? não fabricamos nada não inventamos nada de eletrônico e inventamos um padrão de plug e tomadas? PQP de novo! E viva o povo tupinikin!

    • 20 de junho de 2015 às 20:10

      Fernando, editei seu comentário e se você escrever palavrões novamente, irei lhe bloquear.
      Antagonismo de opiniões é saudável, mas sem ofensas. Você defende suas posições, eu defendo as minhas. Vamos a elas.
      Se todos os seus equipamentos e carregadores são pino chato, você não os comprou no Brasil. Ou comprou por contrabando. Das duas maneiras, não espere que equipamentos fabricados no exterior e trazidos pessoalmente para cá, sejam compatíveis com os nossos padrões.
      Isto vale para qualquer outro país.
      Do mesmo modo, se um inglês (por exemplo) quiser levar um equipamento do Brasil para a Inglaterra, ele terá que adaptar a conexão da rede elétrica com plugue de pinos quadrados.
      Os nossos plugues SEMPRE foram de PINOS REDONDOS. O nosso padrão EVITA CHOQUES E MORTES.
      O pino chato é uma intromissão do padrão NEMA no Brasil. Leia o artigo.

    • Maik Deive
      26 de junho de 2015 às 10:18

      O Fernando aí não leu nada do artigo. Foi o melhor artigo que li sobre o assunto.

  16. antonio carlos novelli
    21 de abril de 2015 às 23:44

    Porque agora está saindo tomadas para três pinos, mas com o furo do terceiro pino (terra) fora de alinhamento, pois os cabos de força a maioria tem o pino terra mais afastados, e estes de agora, são muito próximos e é impossível conectar esses cabos de força mais robusto para se ligar Osciloscópios, geradores de Àudio, equipamentos de som de alta qualidade, etc! Um lojista de uma loja de materiais elétricos, me disse que o filho do Lula, o “lulinha” (rsrsrsr) é “proprietário” de uma indústria que fabrica esses componentes e que eles estão contrariando essa norma do posicionamento do terceiro furo!

    • 23 de abril de 2015 às 22:23

      Antonio, se qualquer fábrica ou lojista vender um plugue ou tomada fora da norma, ele pode (e deve) ser denunciado imediatamente ao Inmetro. Como alguns lojistas incompetentes que vendem tomadas de 10A com furos de 20A. A norma é COMPULSÓRIA (obrigatória).
      E não acredite em boatos, estamos todos cansados de ouvir baboseiras diariamente.

  17. Eli Alves
    1 de fevereiro de 2015 às 19:49

    Primeiro, quero parabenizar pelo artigo sobre as NBR14136. Foi uma ótima aula da história das tomadas utilizadas no Brasil. E deve ter dado bastante trabalho para compilar tudo isso. Diminuiu um pouco minha raiva das tomadas /pugs NBR.
    Concordo que a padronização é boa e necessária. Mas não posso concordar com a forma como ela foi aplicada ao Brasil. Temos alguns problemas mais sérios nessa área que vem antes da padronização.
    Primeiro são as diferentes tensões fornecidas no território nacional.
    Em segundo, um problema generalizado no país, que é a falta de seriedade em qualquer tipo de fiscalização. Nunca ouvi dizer que o Inmetro multou algum fabricante de material elétrico ou proibiu a venda de material perigoso, e de baixa qualidade. E materiais desse tipo em casas de madeira, ou barracos, vão provocar e provocam acidentes.

    Então ficam algumas perguntas: Já que a norma seria implantada com tanto rigor, porque pegar a população de surpresa? Porque não se discutiu isso amplamente nos foruns adequados? Por que não houve propagandas preparatória esclarecendo, apoio da mídia, etc? Se a norma é tão boa, por que foi preciso mudar na surdina? Houve algum salto de qualidade ou confiabilidade do material comercializado no país?
    Para mim essa forma de agir só serviu para aumentar a suspeita de que algo errado correu por trás dessa mudança. Atualmente, achamos no mercado muitos adaptadores caros e ruins. Inclusive, quem aplica os mesmos para ligar plugs NEMA 5 (de computador mais antigo) vai inverter a fase e o neutro. Além disso, ao adquirir uma tomada NBR, ainda não temos a segurança que ela de fato suporta a corrente especificada. Eu me refiro à tomadas de marca, não às “tabajaras”. Quando teremos segurança da qualidade e adequação à corrente das tomadas vendidas no mercado? Quando o Inmetro vai começar a fiscalizar efetivamente e pelo menos avisar a população sobre os produtos inadequados? O correto seria retirar do mercado.

    Com esse pano de fundo, vamos para a norma vigente aplicada à vida prática. E aí começam os problemas. No mundo real, as pessoas comuns, tem o hábito de ligar qualquer coisa na tomada mais próxima. Pela norma as tomadas são de 10 e 20A, variando o diâmetro dos orifícios de acordo com a corrente. Por uma questão de segurança, fatalmente não será possível ligar coisas mais potentes em algum lugar mais confortável. Então perde-se flexibilidade a não ser abandonemos as 10A e dimensionemos tudo para tomadas de 20A (aumentando o custo). Mas, recarregar dispositivos eletrônicos em tomadas de 20A acaba sendo um exagero e desperdício.

    Meu caso prático: Moro no Paraná e aqui a tensão fornecida é 127V (monofásico) ou 220V (bi ou trifásico). Na minha casa, eu mesmo fiz e mantenho toda a instalação elétrica. Como o meu fornecimento é bifásico, aproveitei essa característica para instalar várias tomadas em 220V. A maor parte dos equipamentos de maior potência que tenho é em 220V. Para evitar acidentes, todas as tomadas de 220V são NEMA 10. Assim não é possível ligar um equipamento 127V em tomadas de 220V.
    Se eu migrar para as NBR, os acidentes voltarão a ser possíveis e infelizmente, certos. Eu mesmo já conectei um equipamento NBR 127V em uma tomada 220V (que tinha cor para diferenciar). Felizmente, percebi a tempo e não cheguei a queimar o equipamento.

    Assim sendo, a adoção de um padrão internacional, apesar de ser teoricamente muito elegante, esbarra nessas questôes práticas do dia a dia do cidadão comum. Na minha opinião, uma norma para o Brasil, além de padronizar as tomadas, deveria obrigar a uma migração para a distribuição de 110V e 220V em todas as residências do território nacional, diferenciando as tomadas de forma a impedir trocas acidentais e separando equipamentos pela potência. Se a corrente resultante fosse acima de 10A, obrigatoriamente o equipamento seria comercializado em 220V. Ficaria mais dentro da nossa realidade como país. Cidades como Santos e S.Vicente (SP) poderiam ser eletricamente unificadas. Para quem não sabe, Santos tem a tensão em 220V e S.Vicente em 110V. Só que elas são separadas por uma linha imaginária.
    Essa é a realidade que a norma internacional não contemplou de maneira adequada. De qualquer maneira, já foi um passo importante. Só não podemos ficar parados nesse estágio. Vamos tentar melhorar a norma para adequá-la melhor a nossa realidade. Acho que seu trabalho está sendo muito relevante para isso.

    • 1 de fevereiro de 2015 às 23:31

      Eli, não saberia dizer se a função do INMETRO é fiscalizadora, creio que seja mais um órgão de certificação e criação de normas. De todo modo, reconheço que falta maior fiscalização, aliás, parece que o maior problema no Brasil é não haver a percepção de risco para quem pratica irregularidades. Quando isto mudar, ficaremos melhor.

      Quanto à implantação forçada, dê uma repassada nos comentários e no artigo, cuide que a NBR14136 foi publicada inicialmente em 1998 e sofreu frequentes protelações até a entrada em vigor do modo compulsório. Foram mais de 10 anos. Se dependesse de algumas empresas, a norma seria letra morta.

      Da mesma maneira, para a grande imprensa. Me diga um conteúdo interessante, educativo, na TV brasileira, por exemplo. Qual é o nível de informação que passam para o povo? Tente assistir uma aula informativa pela TV (bem cedinho, madrugada mesmo) e saberá do que estou falando: quando é para informar, entopem com muito conteúdo, abordado superficialmente e falado rapidamente, que não tem como assimilar. Sem falar que defendem hábitos e comportamentos muitas vezes vindos de fora. Então, eu não espero nada dali, nem informação, nem educação.

      O uso de normas é disseminado por todos os níveis da sociedade, mas é impressionante como são desconhecidas. Além dos plugues e tomadas, temos normas para fechaduras, lajotas cerâmicas, canalização, cimentos, ruído e consumo de aparelhos, etc, etc.. O que alguém pensar em fabricar, terá que conhecer e respeitar algumas normas, certamente.

      Só que elas são tratadas somente em nível universitário. Pouco se aprende nas escolas que a nossa vida moderna é regida por normas, não somente as leis, mas todo um conjunto de regras que balizam os produtos para consumo. A falha na educação aparece em diversos pontos. O assunto é longo.

      Para produtos ruins, não sei se somente a fiscalização ajudaria. Primeiro, falta o povo reclamar mais aos órgãos competentes. Muitos preferem “não se incomodar” e deixam por isso mesmo.

      Por outro lado, eu defendo normas ainda mais restritas, que ampliem a concorrência. Por exemplo, já imaginou se todas as tomadas vendidas no país tivessem que ter uma base compatível com a de outros fabricantes? Daí, você compraria um interruptor e um espelho, de qualquer fabricante, que encaixaria direitinho no suporte da parede. Outro exemplo: e se todas as impressoras de tecnologia semelhante tivessem que utilizar um cartucho de impressão padrão? Isto faria surgir concorrência e evitaria domínio do mercado por poucas empresas, como hoje ocorre.

      Além disso, os lojistas que vendem produtos que não respeitam as normas teriam que ser punidos. Por exemplo, eu vi num supermercado uma tomada 10A com furos de 20A… Neste caso, a empresa varejista não pode se eximir de responsabilidade.

      E sobre os 220V: cuide neste momento o peso político dos estados de SP e RJ, onde está disseminado mais intensamente o 127VCA. Quem é que irá peitá-los? Pode até haver vontade política, inclusive sei que o assunto está sendo seguidamente discutido, mas sem o apoio destes estados, a coisa não rola. Ou irá acontecer quando, em uns 10 ou 20 anos, a maioria dos aparelhos não necessitar mais de chaves 110/220, daí poucos irão chiar.

  18. Ed Dantes
    7 de janeiro de 2015 às 23:49

    Parabéns pelo artigo. Cheguei aqui procurando por uma solução para a substituição de uma tomada Nema 10 de um ar condicionado. Porém, discordo do argumento nacionalista para justificar a mudança. A estrutura de regulamentação no Brasil ainda é extremamente ditatorial. Duvido que o ponto de vista do consumidor tenha sido levado em conta nesta decisão. Por melhor que seja a engenharia, eles não estavam preparados para lidar com uma base instalada de 1 bilhão de eletrodomésticos. Os preços de tomadas, plugues e adaptadores dobrou durante este processo. Quanto isto custou para economia brasileira? Não é por acaso que a Europa não adotou até agora nenhuma solução unificadora para a UE. A China tem engenharia mais capaz e um governo ainda mais ditador, mesmo assim adotou um sistema muito mais flexível. Aqui se proibiu até a fabricação de tomadas para substituição das existentes. Lá vou eu passar a tesoura em um plugue de ar condicionado! Como isto pode ser considerado seguro? Sem contar o custo. Uma simples tomada de superfície 20A + plugue = R$30.

    • 8 de janeiro de 2015 às 23:44

      Ed, creio que foi pensado sim no consumidor, apesar das empresas estarem lucrando bastante com isso. Talvez falte mais concorrência.

      Neste artigo, eu comento sobre a necessidade do poço para os plugues já existentes, de pinos maciços. Se não fosse assim, teríamos que trocar todos os plugues para aquele modelo de contatos só na ponta. Imagine o custo disso.

      E aparelhos fabricados e vendidos no Brasil, há várias décadas são comercializados com o plugue chato, compatível com o novo padrão. Somente equipamentos estrangeiros não se adequaram, mas por teimosia, pois os importadores já tinham conhecimento das normas brasileiras na década retrasada.

      Leia o post sobre adaptadores (DICA – Porque não usar adaptadores), onde mostro que o plugue grosso (de 2 pinos) é comum no exterior, e totalmente compatível com o nosso. O problema da Europa e Ásia não terem chegado a um acordo final é a posição do aterramento, ao contrário entre alguns países. Pois a tomada Schucko, que é o padrão por lá, aceita pinos Europlug de 4mm, iguais aos nossos de 10A e também aceita o plugue IEC de 4,8mm, igual ao nosso de 20A, além, obviamente, do plugue Schucko.

      Sem compulsoriedade, não há como fazer o empresariado obedecer. Eles tiveram muito tempo para adequarem-se, além de terem conseguido várias protelações, desde 1998, quando a norma foi publicada.

      E apesar do preço, pense no benefício: uma tomada ou plugue devem durar pelo menos uns 30 anos, como muitos que tenho em casa.

      Ao contrário de muito equipamento por aí que estraga em seguida. É bem melhor que cortar o fio.

  19. Alex
    13 de dezembro de 2014 às 10:25

    Eusebio, por que quando usamos uma adaptador ligado à uma tomada aterrada padrao NEMA 5 para o plug padrao NBR 14136, adaptador este construído de forma errônea, onde o fase não inverte de lado, se ligarmos um estabilizador com saida de 110V, mesmo q que ele esteja com a chave desligada, qdo colocamos um multimetro nas saidas fase e terra do mesmo, encontramos o diferencial de tensao de 220V? Verifiquei também que, relembrando que com a chave desligada, se usarmos uma chave de teste na saída do estabilizador, tanto o fase quanto o neutro vão estar energizados. Sabe me explicar por que isso acontece, e os riscos de queimar os aparelhos?

    • 14 de dezembro de 2014 às 00:52

      Alex, cuide que qualquer adaptador, mesmo estando com os pinos invertidos, somente fará a troca do fase pelo neutro.

      No caso do estabilizador, você deve lembrar que estes equipamentos são, na verdade, autotransformadores, com diversas derivações na saída, escolhidas por um circuito eletrônico, para compensar uma elevação ou redução da tensão de entrada.

      Portanto, nos autotransformadores, há uma ligação direta entre a entrada e saída (o pino comum). Você tem os dois terminais de entrada de entrada (220VCA) e os dois de saída (110VCA). Entre entrada e saída, um dos pinos é comum (o neutro de ambos). Suponha que o seu autotransformador tenha a entrada ligada invertida: o pino que deveria ser ligado ao neutro foi ligado no fase.

      Quando você testar a saída, naquele que deveria ser o pino neutro, na verdade ele estará a 220VCA do terra, pois é o pino comum (que foi ligado ao fase). E o outro pino da saída, certamente estará a 110VCA do terra. É por isso que ambos os pinos ligarão a lâmpada teste. Simplesmente isso.

      O terra é um ponto de escoamento de tensão, caso ele esteja com tensão muito diferente do neutro (mais de 3VCA, conforme as normas), ele poderá colocar em sério risco os equipamentos. Portanto, seria melhor (e mais barato) excluir o adaptador e trocar o plugue do estabilizador.

      Ainda assim, se você tem um estabilizador que dá aqueles barulhinhos, tipo tlec-tlec, troque por um simples autotransformador, pois evitará danos aos equipamentos por causa do rebote nos contatos dos relés, que causam elevadíssimos surtos de tensão na saída, levando frequentemente à queima das fontes de PCs. Ou ligue tudo direto em 220V, se todos os equipamentos forem bivolt. Eu tenho isto em casa há mais de 15 anos e não tive um só problema.

      O que poucos sabem é que as fontes para computador e outros eletrônicos são muito boas em estabilização, pois aceitam variações muito grandes da tensão de entrada e ainda assim conseguem entregar as tensões de saída exatamente dentro do esperado. Um estabilizador geralmente tem 3 ou cinco derivações de saída, ou seja, somente 3 ou 5 níveis de tensão, um dos quais é escolhido para formar a tensão de saída mais próxima da ideal. Na prática, não são estabilizadores, são seletores de tensão.

      • Alex
        26 de dezembro de 2014 às 22:16

        Perguntei isso, porque um estabilizador, ligado numa tomada padrão novo com aterramento, mas onde o eletricista, não observou e inverteu a polaridade, queimou uma placa-mãe sem que houvesse a queima de qualquer outro componente. A fonte não sofreu qualquer dano, mas o PC ligou a primeira vez e depois não ligou mais.
        O problema de não se poder usar tudo em 220V direto aqui em Goiás, é que a energia da Celg acaba umas 20 vezes por dia (às vezes, acaba e volta umas 5 vezes, dentro de 30 segundos), daí temos q utilizar nobreaks, porque senão haja troca de HD´s e fontes queimados.

      • 29 de dezembro de 2014 às 22:59

        Alex, se vocês tem tantas falhas, seria interessante verificar alguma forma de denunciar o problema à ANEEL, pois há canais para reclamação. Se muita gente reclamar, eles terão que melhorar o serviço.

        Ainda mais que as concessionárias de energia elétrica levam multa se as faltas são muito frequentes ou se tem uma demora muito prolongada para restabelecer a energia.

        Para dar uma ideia do que ocorre aqui no RS, geralmente só falta luz entre o sábado de madrugada e a manhã de domingo, uma ou duas vezes ao mês, em média.

        Mas com temporais, não tem jeito, no último, semana passada, que foi bem feio em boa parte do estado, ficamos sem luz umas 4 horas, depois normalizou em 24h, pois a luz ficava variando entre 40 e 170VCA… Mas teve gente que ficou sem luz por uma semana.

        Lembramdo: acima de 90 e até 240VCA, qualquer aparelho bivolt automático funciona normalmente.

  20. Voltaire
    3 de novembro de 2014 às 10:55

    O Europlug nao é totalmente compatível como se diz. É compativel somente com alguns tipos de plug (encaixe de plástico de formato nao redondo) e ainda sem o fio terra.

    • 8 de novembro de 2014 às 22:52

      Voltaire, o plugue é compatível com qualquer tomada brasileira, mesmo as antigas, pois sempre as tomadas em nosso país foram de pinos redondos. O Europlug é compatível com as tomadas C, J, L e N(brasileiro). E ainda é capaz de ligar em tomadas de boa qualidade do tipo E, F e K.

      Dê uma olhada em http://www.worldstandards.eu/electricity/plugs-and-sockets/

  21. Marcos
    13 de outubro de 2014 às 03:06

    Ótimo texto, muito bem explicado e bem claro. Eu só fiquei desconcertado ao perceber que muita gente reprova o novo padrão de plugues e tomadas no país. Aliás, descobri seu blog por acaso – e não foi pesquisando sobre energia elétrica ou algo parecido. Foi em um comentário de um leitor de um site que eu frequento. Ele sugeriu o link do seu texto para quem quisesse maiores esclarecimentos sobre o tema – exatamente em resposta (eu não sei outro termo) – para quem assistiu a matéria do Jornal Nacional dessa semana que falava sobre o aborrecimento que o novo padrão de plugues e tomadas estava dando aos brasileiros. Eu não sei se você assistiu essa matéria do JN – mas a pauta tinha um clara intenção de desqualificar a padronização – dando um tom de que a ideia – é ou foi – um fracasso. Ainda mais interessante – é perceber que isso se tornou uma dor de cabeça para muitos. É um aborrecimento injustificável e até tendencioso – dado que existe muito interesse econômico por trás disso (se é que você me entende). De qualquer forma – li e gostei do seu texto. Muito esclarecedor. Outra coisa. Chama atenção que alguns leitores não se dão o trabalho de ler o texto. Alguns comentários são desastrosos – parabenizo sua paciência em explicar – retomar e explicar.E parabéns novamente pelo seu texto.

    • 13 de outubro de 2014 às 20:14

      Marcos, não sabia desta reportagem. Mas tenha certeza, toda a grande mídia irá sempre martelar sobre a “confusão” que se estabeleceu com a criação do novo padrão. Porque o que eles defendem é um plugue americano, padrâo Nema, que SÓ É UTILIZADO EM 110VCA. O plugue Nema de 220V tem os pinos chatos perpendiculares um ao outro. Sem falar nos choques.

      São pessoas que não enxergam, não querem, não aceitam, que exista um projeto de país em alguns setores da sociedade brasileira, inclusive dentro da esfera pública, apesar de uns e outros governos dificultarem sua existência.

      Para eles, tudo o que vem de fora é melhor. Por isto que todos nossos eletrônicos vem com inscrições em inglês (é mais chique, ainda mais que a maioria da população não conhece a língua).

      E o nosso melhor deve ir para o exterior. Veja as frutas, tente encontrar uma maçã de 300 gramas ou mais, suculenta e extremamente saborosa, nas prateleiras dos supermercados brasileiros.

      Eles não vêem, não querem, que a nossa padronização se encaminhe para a universalização da tensão de 220VCA, não a de 110VCA (ou 127, tanto faz). Isso ainda leva tempo.

      Padronizações são projetos de longo prazo, mas se servir para bater no governo atual e depreciar o que é feito aqui, vale (apesar da norma ter sido publicada no final dos anos 1990…).

      E sobre os comentários desrespeitosos, você deve ter visto que deixei de responder alguns, pois não aceitam opiniões contrárias, apenas querem impor as suas.

      Eu aceito, e defendo a existência de argumentos contrários, mas que sejam bem embasados e não esta sanha de agressividade que se vê por aí. Aliás, isto me contaminou, já estou sendo agressivo…

  22. Gerardo Mazzetti
    17 de setembro de 2014 às 16:44

    Excelente post. Muito obrigado pela informações. Só uma ressalva com relação à figura 23: não teria sido a solução encontrada pelo fabricante para poder instalar dois plugues com saída lateral? Afinal de contas no meu filtro de linha com 5 tomadas só consigo colocar no máximo 3 carregadores de celular.

    • 19 de setembro de 2014 às 22:40

      Gerardo, eu concordo contigo, em parte. Pois o plugue com saída lateral que é aceito nestas duas tomadas, para poder usá-las ao mesmo tempo, é o tipo que tem o fio terra na parte superior, se o cabo sai para baixo. Do contrário, o plugue com o terra e cabo para baixo irá tapar a outra tomada.
      Isto não traz versatilidade, pois há vários tipos de plugues, além de dificultar a vida do eletricista, pois os fios lá atrás ficarão invertidos. E a tomada é injetada, não possibilita a inversão, isto talvez seja o pior.

      De todo modo, não haveria qualquer problema se algum fabricante brasileiro produzisse as tomadas com saída para o lado, como aquelas da Crabtree. Inclusive para o seu filtro de linha.

  23. edgarcia
    21 de agosto de 2014 às 17:10

    comentário aqui…
    PARA A “SEGURANCA DE TODOS (OS ENVOLVIDOS NA HISTORIA..)” DURANTE PELO MENOS 50 ANOS O BRASILEIRO TERA DE MONTAR VARIOS ROBOS DE ADAPTADORES, SENDO QUE NAS ULTIMAS DECADAS JA SE CONSTRUIA COM O SISTEMA AMERICANO DE TOMADA COM ATERRAMENTO QUE ACEITAVA DIVERSOS TIPOS DE TOMADA. FAZ-ME RIR…KKKKKKKKKKKKKKKKK

  24. Maurício
    28 de junho de 2014 às 20:38

    Boa noite Euzébio. Parabéns pelo seu trabalho. Riquíssimo em detalhes e bem claro. Tenho uma dúvida a respeito do selo de certificação. Vejo nos plugues o selo do INMETRO e em outros o “CE”, que se trata de certificação européia. O 2º caso estaria impedido de circular no Brasil, ou seja, a importação estaria proibida sem o selo específico do INMETRO?

    • 29 de junho de 2014 às 21:35

      Maurício, se estamos falando de plugues e tomadas, a norma deve ser a brasileira, obrigatoriamente. Não é permitido comercializar no Brasil materiais elétricos que não respeitem as normas técnicas de nosso país, por questões de segurança.

      Mas se você estiver falando de aparelhos elétricos, como um carregador de celular, por exemplo, o fato de ostentar o selo CE da Comunidade Europeia o fará provavelmente compatível com nossas tomadas, pois eles tem como tensão padrão 230VCA e pinos redondos iguais aos nossos (4mm de diâmetro e 19mm de espaçamento). Mas se for um ferro de passar da Braun, alemão, ele virá com o plugue Schucko, que não é compatível com o nosso padrão de tomadas, daí será necessário trocar o plugue.

      Acredito que a importação não sofra qualquer restrição das normas técnicas, mas sim o fato de comercializar dentro do Brasil o produto. No caso do ferro de passar, deveria ser solicitado à empresa fabricante a montagem do plugue adequado ao país de destino, que é o que todas as indústrias fazem, quando desejam exportar.

  25. 26 de junho de 2014 às 11:14

    Eu só tenho uma pergunta. Qual o principio do ponto de vista elétrico, ergométrico, gestáltico e de compatibilidade internacional que determinou a colocação do 3° pino fora do padrão “triangulo equilátero” do uso internacional? 🙂

    • 26 de junho de 2014 às 20:30

      Suely, primeiramente, o plugue tinha que ficar o mesmo tamanho do nosso antigo plugue de 2 pinos, que é utilizado ainda hoje e sempre foi nosso padrão.

      Quanto à compatibilidade internacional, basta dizer que ele segue o padrão IEC, que pretende ser um padrão mundial, e que já está sendo lentamente adotado, inclusive por toda a Ásia.

      Por exemplo, a Coreia do Sul utiliza plugues de pinos grossos de 4,8mm, iguais aos brasileiros, em conexões de alta corrente. Este plugue serve nas tomadas NBR de 20A e em tomadas Schucko, mas ainda não tem fio terra. Falta eles definirem como irão migrar do modelo Schucko, que é para altas correntes, para o modelo IEC.

      E para lembrar, a distância e o formato dos pinos redondos é um padrão consagrado, tanto que qualquer instrumento eletrônico, como os multímetros, tem o mesmo espaçamento para as pontas de prova (19mm, com pinos de 4mm de diâmetro), permitindo utilizar um plugue comum ao invés de pinos banana. Ao contrário do padrão de pinos chatos, que só existe em poucos países.

      Em suma, estou praticamente repetindo o que está escrito no post.

      • José Rubens
        26 de junho de 2014 às 22:37

        Suely Azevedo, boa noite ! Sua colocação foi perfeita e excelente, parabéns. Agora, não podemos dizer o mesmo da resposta dada pelo bloguista…. Você pergunta sobre a “compatibilidade internacional que determinou a colocação do 3º pino fora do padrão “triangulo equilátero”” e recebeu como resposta a compatibilidade dos outros dois “P” (Pinos)…. a resposta foi, no minimo, BIZARRA…………… esse blogueiro é muito ensaboado e repete sempre a mesma coisa, parece resposta padrão e, além de não responder tenta empurrar um padrão totalmente surreal………… kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

        P.S.: Lembrando que seu domicilio é INVIOLÁVEL !!!!! Você coloca dentro dele o que você bem entender. Que é o que eu faço na minha casa.

        Abraços,
        José Rubens

      • 27 de junho de 2014 às 22:36

        Padrão “triângulo equilátero”, cara pálida? Não respondi por que não existe!

        E a palavra “gestáltica”, apesar de referir-se a forma, no idioma alemão, é aplicada em psicologia, que eu saiba…

        Se você não gosta de seguir padrões, paciência, mas sua casa deve utilizar fiação padrão ABNT, os soquetes das lâmpadas são padronizados, os parafusos de qualquer tipo seguem um padrão, os vidros tem uma espessura padrão, os canos e as conexões hidráulicas seguem um padrão, etc, etc, etc…

        Divirta-se berrando contra eles!

      • José Rubens
        29 de junho de 2014 às 23:38

        Sem querer polemizar, gostaria que os interessados lessem os artigos destes links:

        http://en.wikipedia.org/wiki/AC_power_plugs_and_sockets

        http://www.powercords.co.uk/standard.htm

        Depois reflitam na salada que acontece no mundo com relação à padronização de plugs e tomadas.
        Cada país quer impor o seu próprio padrão. A Europa não se entende até hoje, e nós, tupiniquins e com síndrome de vira-lata estamos tentando adotar o padrão suíço “(but non-compliant)” da versão IEC 60906-1 como padrão nacional iniciado em 1998 (revisado em 2002) sob a especificação NBR 14136.

        Por que não criaram um padrão diferente para 220V ? Pensando bem, se em nosso país temos regiões em que 220V é entre fases e outras em que temos 220V entre fase e neutro, como seria uma tomada residencial ? Imagine se é cabível uma instalação residencial com 220V entre fase e neutro. Isso dá 380V entre fases. Extremamente perigoso para o consumidor comum. Sem falar que ninguém, em sã consciência, vai instalar um acelerador de partículas em casa.

        Se o objetivo é aumentar a segurança das pessoas e edificações, poderíamos até pensar em detector de corrente de fuga para o terra e limitadores de corrente nas tomadas. Mas aí já não seria mais Brasil.

        Vai ser difícil ganhar um Nobel por aqui…… A Argentina é penta…… já tem cinco !!!!!

        Cada um é LIVRE para escolher o que acha melhor para si próprio, mas as coisas não são bem assim no Brasil de hoje.

        Abraços,

        José Rubens

      • 30 de junho de 2014 às 02:17

        Obrigada pela resposta…. pela explanação dada eu já desconfiava que o autor da matéria não era da área Design Industrial, que em qualquer país civilizado é quem projeta esse tipo de sistema. Eu sou Designer, logo, usei uma linguagem compatível ao que um colega entenderia. Quanto a questão da adaptação internacional, eu também sou alguém que viaja por vários países e se eu digo que não é compatível com o padrão dos adaptadores internacional é porque meu notebook e que tem uma tomada dessas e ela não entra em adaptador universal nenhum, e teoria alguma que se mostre aqui fara esse maldito pino entrar. Logo, eu vou me abster de continuar discutindo algo que não chegará a lugar algum em termos de uma resposta que me satisfaça tecnicamente do ponto de vista do desenho industrial. O projeto deve ter sido desenvolvido provavelmente por um ginecologista, talvez usando um fórceps, eu consiga fazer essa tomada entrar em algum buraco de tomada fora do Brasil e eu já me conformei com isso. 🙂
        O post abaixo mostra a questão do “triangulo equilátero” que tornaria o novo padrão compatível com os adaptadores universais de uma forma que um leigo consiga compreender. Obrigada e boa sorte nas proximas divagações. 🙂
        http://engvagnerlandi.com/2012/08/17/brazilian-electrical-outlet-tomada-eletrica-brasileira/
        Se voce não sabe o que é um adaptador universal, encontrara vários modelos aqui:
        http://pt.aliexpress.com/w/wholesale-au-plug-adapter.html e nenhum deles a nova tomada brasileira entra porque o 3° pino está fora do “triangulo equilátero universal”. Deve ser por causa de projetos assim, que os aliens não querem conversar conosco. 😉

      • Cesar
        1 de setembro de 2014 às 20:21

        Eusébio, Parabéns pelo post. Sou Designer e Artista Plástico, e entendo que segurança vem em primeiro lugar, depois o designer, afinal tudo o que fizemos segue padrões (folhas, tipos de grafite, pinceis, câmeras fotográficas…) e estes padrões não são criados por mero egocentrismo (de repente, lá no fundo, até seja!). Em um link que um outro leitor sugeriu, notasse um egocentrismo nos padrões de tomadas. Cada pais tem o seu!. E pq nós, tupiniquins, não podemos ter o nosso padrão? O que tínhamos até a pouco era uma miscelânea de tipos de tomadas, que as indústrias de outros países nos empurravam. E nós, só seguíamos o curso, aceitando tudo. Este padrão NBR de tomada achei muito seguro. Pelo aterramento, pela polaridade, pelo plugue “ficar” no lugar sem cair ou entortar, e por consequência esquentar menos. Eu, particularmente, coloquei somente tomadas NBR de 20A (com fio 2,5mm²) em minha residência (depois que descobri que era possível colocar os plugues NBR de 10A numa tomada NBR de 20A) E como uso equipamentos elétricos (furadeira, micro-retifica, lixadeira, serra circular…) que requerem uma demanda de energia maior, este padrão só auxiliou. A tomada em sim, é uma questão técnica de segurança e normatização, já o espelho da tomada, o aspecto do plugue pode ser uma questão de designer e então se pode “brincar” à vontade com cor, material, forma.

      • 3 de setembro de 2014 às 22:00

        Cesar, muito obrigado pelos comentários, você entendeu o espírito do artigo (e provavelmente o motivo da foto de abertura…).

        E concordo plenamente com a questão da aparência. Respeitando as características compulsórias, há muito que se pode inventar para diferenciar o produto.

        Por exemplo, ouvi mulheres criticando o padrão novo por causa do poço das tomadas, que acumula sujeira. E aí conheci um modelo da Pial (Nereia, se não me engano), que tem um painel móvel, que fica rente ao espelho quando não é utilizado…
        É uma típica demanda atendida por um designer, e o padrão não foi desrespeitado.

  26. Daniel Gama
    26 de março de 2014 às 01:12

    Eusébio, também sou “estudioso” de tomadas antigas e tenho uma coleçãozinha em casa. Gostaria de trocar umas idéias com você. Um abraço!

    • 26 de março de 2014 às 21:45

      Daniel, pode perguntar por aqui mesmo, responderei com prazer. Poderíamos trocar fotos das tomadas.

  27. JB Paranhos
    16 de março de 2014 às 16:55

    Rapaz, a principio entrei aqui para entender porque as tomadas novas, não atendiam ao padrão americano (que aqui vim saber que se chama NEMA 5) e de quebra fiquei sabendo de muito mais informação sobre os padrões de tomada no mundo, e o brasileiro é o que mais se aproxima do padrão proposto por entidade Internacional.

    vou dar uma sugestão: coloque um exemplo de vária tomadas do mundo, como as do link:
    http://www.dicaseturismo.com.br/modelos-de-tomadas-pelo-mundo-afora/

    Parabéns.
    Seu artigo é maravilhoso. mas tive dificuldade em compartilhar no FACE.

    Vide https://developers.facebook.com/docs/plugins/share-button/
    como adicionar um botão “Recomendar”

    • 16 de março de 2014 às 20:50

      JB Paranhos, obrigado pelas sugestões, serão sempre bem vindas.

      Sobre o link das tomadas, achei a imagem muito simplificada, não retrata muito bem a realidade nos países.
      Já o link da IEC – http://www.iec.ch/worldplugs/list_bylocation.htm – informa também a tensão e a frequência da rede elétrica de cada país, o que ajuda muito. Além disso, ao expandir o país, são informadas todas as tomadas em uso por lá.

      No nosso caso, por exemplo, os padrões aceitos são o C e o N. Este último é o padrão NBR, que naquele seu link não consta. E o link da IEC, que considero o mais completo até o momento, informa que em nosso país existem as duas tensões (127V e 220V). Vale a pena dar uma olhada no link.

      Sobre o Facebook. O WordPress tem a possibilidade de incluir o Facebook, mas ainda não habilitei. A sua dica é bem legal, vou testar assim que puder.

      O problema com o Face é que o atendimento que faço para cada comentário seria impossível se muita gente me visitasse. Daí, eu teria que bloquear os comentários na maioria dos posts, para evitar um trabalho excessivo, já que faço o blog somente no meu tempo livre.

      Tive uma amostra do que ocorreu um dia, quando um amigo compartilhou este mesmo post, dos plugues e tomadas. De uma média de 600 acessos diários, pulou para 5 mil num dia. Tive que responder muitos comentários, alguns que não agregavam nada de valor ao blog.

      Tenho a intenção de manter este blog como uma fonte de informação sem muita enrolação, se possível sempre com bom embasamento técnico. Vamos ver se consigo continuar assim.

      Abraço!

      • JB Paranhos
        17 de março de 2014 às 18:06

        ok, mas mesmo assim, obrigado pelos esclarecimentos

  28. Pombo
    22 de fevereiro de 2014 às 23:39

    Fico impressionado como se têm pessoas no governo que estão empenhadas em prejudicar nossas vidas. Algumas mudanças colocadas são positivas e bem-vindas, pois implementam a segurança – como colocar a tomada com um fundo maior para evitar choques e curto circuitos, e evitar acidentes quando se coloca o dedo na tomada. Porém mudar o formato do fio terra da tomada é algo totalmente desnecessário e inútil. Por que não acrescentar as mudanças sem mudar o formato da tomada? O antigo padrão era universal e pegava tanto as tomadas com pinos redondos (européia) quanto as de pinos quadrados (norte-americanas). Agora quem tem aparelhos que tem a tomada com pinos quadrados terá que comprar um adaptador para funcionar no novo padrão de tomada. Além do mais se você for viajar ou mudar-se para outro país terá que comprar um adaptador, pois o padrão de tomadas brasileiro só existe aqui. Ou seja: o Brasil é o único país do mundo onde se tem alguém suficientemente idiota para acreditar que deixar de usar o padrão universal de tomadas para criar um próprio é algo positivo. Era só colocar as mudanças para se incrementar a segurança, ao mesmo tempo em que se obrigue as tomadas a ter uma entrada de fio terra. Só isso. Mas os iluminados do governo não estão nem aí se você terá que gastar mais com adaptadores.

    • 25 de fevereiro de 2014 às 15:26

      Pombo, releia o artigo. O padrão não foi inventado por brasileiros, é uma norma IEC, que pretende ser, um dia, o padrão mundial.
      Nós adaptamos aquela norma à nossa realidade. Cada país resolve seus problemas da melhor maneira para seus habitantes, aqui não foi diferente.

      Não adianta por a culpa no governo, o padrão resolveu uma série de questões pendentes há várias décadas. Finalmente houve vontade política para isso.

      Primeiro: pegue qualquer plugue de ar condicionado ou máquina de lavar roupas (que obrigatoriamente tem fio terra) e tente encaixar numa tomada universal.
      Não deu? Ah, então a tomada universal NÃO É universal. É óbvio, pois a tomada antiga de 3 pinos chatos era de alta corrente e não podia ser confundida com as outras. E agora? SÃO COMPATÍVEIS. Claro, deve-se respeitar que é a tomada que pode ser de 20A para qualquer plugue, não o contrário.

      Segundo: vá a qualquer loja no Brasil e compre qualquer aparelho elétrico ou eletrônico que necessite de ligação à rede elétrica. NENHUM plugue será de pinos chatos. Quem fala nas dificuldades com produtos importados, ou pertence a uma classe que consegue comprar no estrangeiro, ou utiliza produtos contrabandeados. Se for comprar de lojas no Brasil, os plugues serão no nosso padrão, isto ocorre desde antes de 2010. Eu mesmo comprei há poucos dias uma lanterna de cabeça, recarregável, que foi fabricada na China e veio com o plugue NBR. Assim é para a imensa maioria dos brasileiros, que compram em lojas no território nacional. Quantos de nós podem ir morar no exterior? Os governos devem pensar no benefício da maioria da população, não o contrário.

      Terceiro: o plugue com pinos de diâmetro maior (4,8mm), também é usado no exterior. O padrão Schucko aceita nossos plugues NBR de 20A, sem fio terra. Inclusive, ele é o padrão utilizado na Europa e Ásia quando é necessário maior corrente e/ou aterramento.

      Quarto: quem não teve jamais uma falha de conexão com aqueles plugues de pinos chatos? Isto acabou, um dos objetivos das normas (qualquer norma) é aumentar a segurança. Ao invés de comprar um adaptador (que custa 2 ou 3 vezes mais que um plugue), é muito mais seguro e barato TROCAR o PLUGUE. Para a maioria dos notebooks, é mais fácil ainda, é só comprar um cabo novo, que encaixa no soquete do carregador.

      Por último: a imensa maioria dos aparelhos não utiliza fio terra, tem plugues com 2 pinos. Para estes, não mudou nada. E note que a nova tomada ocupa metade do espaço da antiga “universal”. Há vários fabricantes que utilizam tomadas em módulos, sendo que num espelho cabem 3 módulos.

      • Cesar
        14 de outubro de 2014 às 11:24

        Complementando… só irá usar um adaptador na questão aterramento… pois tem as tomadas universais NEMA que não tem o aterramento (e essas cabem 3 tomadas em um espelho 4×2 – o espelho retangular). As tomadas universais NEMA com aterramento cabiam apenas uma por espelho 4×2, se eu quisesse mais tomadas com aterramento, teria que colocar uma caixa 4×4 (espelho quadrado) para ter 2 tomadas, e isto não evitaria que o plugue entortasse ou caísse, quanto menos se eu tivesse mais plugues para conectar na parede, fazendo o uso de outro adaptador chamado “Benjamim” ou “T”… com o padrão novo NBR, em um espelho 4×4 eu posso colocar 6 tomadas (SEIS) e eliminando o uso do “Benjamim” ou “T”, que era a causa de alguns incêndios, por ficar pesado com tantos plugues conectados e por consequência esquentando demasiadamente… Reforçando, este padrão de tomada resolveu muitos problemas, até com crianças… com as tomadas antigas,NEMA, era fácil uma criança enfiar o dedo na tomada e tocar nos contatos ou tirar um plugue com uma faca e assim tocando nos dois pinos e causando uma queda de disjuntor (na melhor das hipóteses)… (o que não resolveu com a NBR foi de a criança enfiar algo pontudo dentro do orifício… mas para isto tem no mercado um tampão que é plugado na tomada e que evita este acidente).

  29. alberto_cg
    15 de fevereiro de 2014 às 13:14

    ha uma soluçao pra essas tomadas antigas ….faça um furo conforme as tomas novas e ta resolvido e não precisa gastas comprando essas tomadas e comprando adaptadores …qualquer duvida email alber2000@bol.com.br, passarei as dicas … como fiz aqui em casa .abçs

    • 18 de fevereiro de 2014 às 22:46

      Alberto_cg, veja meu post sobre aterramento e saiba porque o pino central, quando existente, é muito importante. Há risco de vida na sua dica. O ideal é que todas as tomadas da casa disponham de aterramento, e algumas sejam de 20A.

      Mas se você se refere somente ao diâmetro dos pinos, há risco de sobreaquecimento das conexões. No mínimo, irá jogar dinheiro fora, com o gasto desnecessário de energia.

      O problema que tenho visto no comércio é uma sacanagem de determinados fabricantes, vendendo tomadas 10A com furos de 20A, o que é contra as normas da ABNT.

  30. Orlandino Mariussi
    5 de fevereiro de 2014 às 22:37

    Sinceridade? Não tive paciência…rsrsrs é um país NÃO sério.

    • tiagobarufi
      6 de fevereiro de 2014 às 18:28

      seu parecer só demonstra o seu complexo de vira-lata, do tipo que aceita qualquer baboseira desde que seja estrangeira. Lamentável, e se o Brasil não é sério em alguma coisa é justamente nesse tipo de atitude de pessoas como você.

    • Marcelo
      7 de junho de 2014 às 10:14

      Exato, Não teve paciência de aprender mas gasta o tempo criticando o que não conhece. Típico do vira-latas brasileiro.

  31. 5 de fevereiro de 2014 às 14:01

    O artigo até é bom e explica bem, mesmo assim não é fácil de engolir esse padrão brasileiro.

    Nosso padrão é baseado no sistema Europeu, até aí, beleza, mas os grandes fabricantes e consumidores de tecnologia são os americanos (Whirlpool é a maior fabricante de eletrodomésticos do mundo detentora de várias marcas, por exemplo) e asiáticos e o padrão universal com tomadas capazes de receber pinos chatos e redondos e com terra eram extremamente práticas, isso é um fato inegável.

    Será que não tínhamos nenhum engenheiro decente capaz de modernizar esse padrão e torná-lo mais seguro mantendo a compatibilidade com o que já era o padrão de fato? Quem sabe uma tomada universal com recuo para o plug NEMA 5?

    Alias, até a Europa está reticente em adotar o padrão IEC 60906-1, compatível com o nosso, porque gostariam de criar uma “tomada de migração”, compatível com os plugs atuais.

    Para mim tem mais que simples criação de um padrão mais seguro, o Lobby e a politicagem devem ter falado alto por um modelo tão incompatível com o resto do mundo (nossos 3 pinos não são compatíveis com nenhum país exceto Africa do Sul).

    Igual nosso padrão PAL-M de televisão para “proteger e desenvolver a indústria nacional” toda produção de TV era feita no formato americano NTSC com equipamentos importados e transcodificada para PAL-M antes de ir para a antena.

    Minha aposta desta vez está em fazer a Petrobras lucrar mais com a venda de derivados de petróleo com o aumento da fabricação de tomadas.

    • 6 de fevereiro de 2014 às 16:33

      Ricardo, tudo bem que o mercado americano é o maior do mundo, pois eles são os maiores consumidores mundiais. O que muitos não querem entender é que mesmo que tenham empresas que vendem no Brasil, não precisamos nos adaptar a eles. Aliás, a maioria do mundo não faz. Conte os habitantes da Europa e Ásia, que tem mais de 3 bilhões de vidas, e compare com os 300 milhões de americanos. Quem é maioria? O Brasil está do lado da maioria.

      A Whirlpool vende no Brasil somente 3 marcas, conforme o sítio deles: Brastemp, Consul e Kitchen Aid. E o resto? Temos um mercado interno fortíssimo, quem não viu isso ainda não está atento para onde está o dinheiro. Somente as classes C, D e E brasileiras formam o 16º mercado consumidor mundial. O Brasil, como um todo, está na 6ª posição na economia mundial.

      Com o mercado interno fortalecido, o Brasil fica longe de crises. Elas poderão vir, mas terão poucos efeitos.

      Sobre a resistência da Europa em utilizar o plugue IEC, é somente para a conexão de terra, cujo padrão é o enorme plugue Schucko. Mas será fácil criar tomadas que aceitem o Schucko e o IEC, pois só precisa adicionar um terceiro furo para o aterramento. Só que o plugue IEC de 2 pinos grossos, sem aterramento, é AMPLAMENTE utilizado por lá e ele É COMPATÍVEL COM O NBR.

      A Europa sempre foi pródiga em definir padrões muito antes de sua utilização, planejando o futuro. O plugue IEC é um exemplo disto. Estamos só no começo.

      Sobre o padrão PAL-M x NTSC, veja a resposta ao comentário anterior. Só não enxerga quem não quer, a vantagem que foi escolhermos o PAL-M.

      • 10 de junho de 2014 às 12:27

        Os maiores consumidores e os maiores produtores de tecnologia.
        Não faz nenhuma diferença para uma empresa qual é o tipo de tomada que vai acompanhar o produto. A empresa usa a norma que o país estabelece e o cliente que se vire. O custo para ela é o mesmo, mas para o cliente não.
        Continuo acreditando que foi um golpe com repercussão econômica para algum grupo que fez um bom lobby.
        Um dos fatores não considerados que reflete claramente essa colocação é o fator do impacto ambiental. Diferente de plásticos termo-flexiveis, que são amplamente recicláveis, os plásticos usados em tomadas são termo-rígidos e não são recicláveis.
        Milhões de toneladas de plástico não reciclável foi para os aterros de lixões onde vão parar os restos das obras.
        Se isso tivesse sido uma consideração puramente técnica, o impacto ambiental teria sido considerado e, muito provavelmente, teríamos melhorado o padrão já em uso sem a necessidade de fazer uma troca tão extensiva e onerosa aos consumidores finais e ao meio ambiente, no fim, os mais prejudicados.

      • 11 de junho de 2014 às 23:44

        Ricardo, concordo contigo quanto a algum impacto ambiental.
        Mas um governo deve pensar no bem estar da maioria da população, que é muito pobre.
        As ações devem ser executadas em ordem de prioridade.
        Creio que a principal demanda foi uma forma de reduzir as mortes por choques elétricos.

        Considero este aspecto, de longe, muito mais importante que o impacto ambiental do descarte dos antigos conectores.
        Até pela proporção, pois é ínfimo perto da quantidade de pilhas jogadas ao lixo todos os dias no país, por exemplo.

        E o padrão não foi resultado de um lobby momentâneo, ele vem desde os anos 1990, pois naquela década a Pial já fabricava tomada aérea 2 pinos com o poço de 1cm. A ideia não é nova.

        Além disso, imagine um país em crescimento, as possibilidades que se abrem com as novas construções. Outros países criam demandas comerciais para si mesmos, eu concordo com este caminho.

        Novamente, acho que o impacto foi muito maior nas novas residências do que nas antigas, que vão se adaptando, aos poucos. Como aqui em casa.

        Pior, bem pior, é o banimento das lâmpadas incandescentes, que é um movimento mundial, liderado pelos países ricos para abrir caminho na marra para o comércio dos LEDs. Mas isto é outra história.

      • 28 de junho de 2014 às 00:52

        Sem dúvida o governo pensa no pobre, por isso deixa o ônus por conta dele que vai ter que trocar as tomadas que já estavam instaladas em sua casa.
        Ainda acredito que o padrão “não-oficial” poderia ser melhorado reduzindo o risco de choque sem obrigar a troca de todo o parque instalado. Essa troca é custo apenas para o consumidor final e para o meio ambiente, não vejo como defender que isso é BOM.
        Comparar uma política oficial, governamental com a má prática de consumidores ignorantes? É obrigação constitucional do governo zelar pelo bem público e isso inclui o meio-ambiente e é diferente um dever cívico de separar e descartar apropriadamente o lixo.
        As lâmpadas incandescentes poluem muito mais que as lâmpadas de LED. Por mais que sejam mais simples e baratas, gastam mais, convertendo muito mais energia em calor e duram muito menos. O consumidor ganha na redução da conta de energia, na redução do calor gerado em casa, diminuindo a necessidade de controle climático e o meio-ambiente recebe menos lixo, menos calor, menos poluição geradas pelas usinas térmicas.
        Acho que começo a entender melhor o seu artigo, é BOM para o mercado, mesmo que seja ruim para o consumidor.
        É BOM para o mercado, para os profissionais que vão ganhar com o serviço para a troca das tomadas e para as empresas que fabricam esses produtos.
        É INDIFERENTE para as empresas que vão vender produtos novos.
        É “BOM” para o consumidor que terá um risco de choque diminuído, caso não tenha a instalação elétrica com o disjuntor recomendado.
        É RUIM para o consumidor que vai sobrar para pagar a conta.
        Hoje tentei conectar um Schucko no padrão NBR, curioso, não deu. Os pinos estão na mesma posição, o NBR era para 20A, portanto os pinos entravam, mas o recesso “especial” do NBR não permitia a inserção.

      • 28 de junho de 2014 às 20:51

        Ricardo, as tomadas NBR são incompatíveis com poucos produtos. Ou são oriundos de contrabando, ou são computadores, aparelhos de ar condicionado e máquinas de lavar roupa. Que poucos pobres têm. Então este impacto é minimizado para eles.

        Você coloca a questão ambiental como preponderante, mas desconsidera que hoje em dia tudo que se produz tende a durar muito pouco tempo. A obsolescência programada está viva e cada vez mais forte, pois é assim que as grandes corporações ganham dinheiro. O meio ambiente, para eles, é só fachada, eles não dão a mínima.

        Considerando somente o volume produzido, o descarte de plugues e tomadas é ínfimo, pois serão trocados uma vez só. E isto cada um faz conforme sua disposição e orçamento, ao longo do tempo. Pense na segurança das novas construções, que a todo momento surgem por aí, já dentro das normas.

        Veja o que um músico postou na internet sobre o novo padrão e o “universal”, é exemplar: https://www.youtube.com/watch?v=0UwjebAv9O4

        Os fabricantes e lojistas tiveram muitos anos para se adaptarem. Deles, você não poderá falar que foram obrigados a descartar produtos, pois tiveram prazo mais que suficiente para venderem todo o estoque ou mudar a linha de produção. Para os lojistas, os 12 anos da publicação da NBR14136 em 1998, até a compulsoriedade em 2010, não foram suficientes? Convenhamos…

        Mantendo o foco em normas, tomo outro caso, o das fechaduras de portas. Cada fabricante tinha o seu modelo, que era incompatível com o de outros. Agora, há uma norma ABNT (NBR 14913) que determina as medidas padrão das fechaduras, e que evita que os consumidores tenham que trocar a porta junto, quando precisam mudar a fechadura. A aplicação da NBR 14193 foi feita da mesma forma que a norma das tomadas: foi dado um tempo para os fabricantes adaptarem-se, eles pediram (e ganharam) mais prazo, os lojistas mais ainda. E finalmente, estão entrando nos eixos.

        Durante o tempo de criação da nova norma de plugues e tomadas, houve tempo para empresas e interessados sugerirem mudanças. A norma foi publicada em 1998 e alterada em 2002, com uma errata em 2007. Porquê somente agora reclamam do padrão, que já tem 16 anos, pelo menos?

        A NBR 14136 melhorou a segurança e a compatibilidade com tomadas de alta corrente, que utilizavam os 3 pinos chatos. Isto é inquestionável. E tenho que repetir novamente, agora o padrão é intercambiável. Quanto isto melhorou na compatibilidade em residências de poucas tomadas?

        Lembre-se que o que é BOM para o comércio brasileiro, indiretamente será BOM para os consumidores, pois garante empregos no país. Não estão todos clamando pela indústria nacional e berrando contra os produtos chineses?

        E o que falei sobre compatibilidade do padrão Schucko com o NBR, é a TOMADA SCHUCKO que aceita o PLUGUE NBR de 2 pinos. A Europa e Ásia utilizam esta tomada para altas correntes.

  32. Pedro
    1 de fevereiro de 2014 às 20:14

    O único problema de desenhar um modelo exclusivo para o Brasil é não exportar para ninguém e obrigar a fazer gambiarras para ligar qualquer aparelho importado. Existem padrões consagrados como o que é usado nos EUA (dois pinos chatos e um redondo – NEMA – e não adianta dizer que é ruim, ruim é não ter aterramento decente no Brasil). Inventar a roda, na minha opinião, é coisa de subdesenvolvido (vide reserva de mercado) que só serve para atrasar e nunca melhora nada. A Argentina fez igual. Aliás, é bom se preocupar com a ‘coceira’ que certos setores do governo tem, para imitar o que fazem nosso Hermanos. Lá ainda está pior do que aqui, embora os daqui estejam se esforçando para “igualar o placar” em matéria de erros acumulados.

    • 2 de fevereiro de 2014 às 10:48

      Pedro, você parece não ter lido o artigo. O Brasil usa pinos redondos, desde sempre. A norma atual adicionou recursos, não foi criado algo do nada, como muito querem fazer crer.

      O padrão NEMA também, a adição do pino terra foi feita há algumas décadas, bem como o alargamento de um dos pinos para identificar o pólo fase.

      Qualquer produto exportado certamente deverá adaptar-se ao país de destino. Assim, se os americanos exportarem equipamentos para nós eles terão que adaptar sua linha de produção, como já o fazem para exportar para a Europa. E como o Brasil também faz, quando exporta. Somos a sexta economia mundial (em 2014), temos cacife para exigir que nos tratem com o devido respeito. Nós fizemos um movimento em direção à compatibilidade mundial.

      O padrão NEMA é antigo e perigoso, pois mesmo com interruptor diferencial (DR), você consegue encostar um metal entre os terminais e fazer um curto-circuito no plugue energizado. No modelo NBR, isto não é possível.

      Chamá-lo de padrão consagrado não basta para definir como padrão em segurança. Muitos não enxergam que a grande maioria da população brasileira é pobre e não tem condições econômicas de fazer uma instalação elétrica perfeita, com aterramento, DR e vários pontos de energia. Nestes lares, as tomadas são extremamente compartilhadas.

      Defender o padrão NEMA parece a mesma ladainha de quem elogiava o padrão de cores de TV NTSC, americano, contra o padrão PAL-M, adaptado do padrão europeu PAL, melhor e mais recente. Você lembra de alguma vez ter precisado mexer no botão MATIZ dos televisores ou videocassetes no Brasil? Pois os americanos precisavam ajustar o matiz para cada programa que fossem assistir, já que a informação de fase de cor não era transmitida no sinal. O telespectador assistia avermelhado ou esverdeado, se não ajustasse. O sistema PAL tinha resolvido isto com uma forma inteligente de embutir a informação no sinal transmitido. O pioneirismo não necessariamente implica em tecnologia melhor, aliás normalmente é o contrário.

      Usávamos outro padrão para ar condicionado, lembra? Agora não é mais necessário, os padrões são compatíveis. Leia o artigo.

  33. Paulão
    30 de janeiro de 2014 às 22:06

    Quem é contra esse padrão de tomada nunca teve que chorar por seus filhos mortos por choques elétricos. Sem mais.

    • 30 de janeiro de 2014 às 23:48

      Paulão, concordo contigo, pois já soube de muitos casos de mortes por causa de choques elétricos. Talvez fosse necessário desmistificar a eletricidade nas escolas, pois somente com informação e bons equipamentos é que teremos segurança.

      • Paulão
        31 de janeiro de 2014 às 00:04

        Eu, como trabalho com infra de redes de computadores, tenho que conhecer todas essas normas. Poderia elencar uma série de vantagens técnicas dessas tomadas, mas a segurança fala por si. Índice praticamente ZERO de acidentes domésticos envolvendo crianças e tomadas elétricas do novo padrão.

  34. 30 de janeiro de 2014 às 15:12

    Muito bom o artigo. No mínimo deixa-me menos raivoso quanto ao novo padrão, não tinha conhecimento de várias dessas informações. Acho que a intenção até pode ter sido boa. O problema vai ser o eterno uso de adaptadores em produtos adquiridos lá fora.

    • 30 de janeiro de 2014 às 17:41

      Rperes, depende o que você considera “lá fora”. Os países da Europa tem plugues compatíveis (Europlug), exceto quando o consumo é alto ou o aparelho precisa de fio terra. Neste caso, o modelo Schucko ainda impera. Outros países terão outros padrões.

      Qualquer aparelho comprado em lojas do exterior terá o plugue compatível com seu respectivo país. Neste momento é que se nota a quantidade de padrões diferentes.

      Mas se uma empresa brasileira importar o aparelho para vender no Brasil, ela terá que requisitar do fabricante o cabo de força com plugue NBR, pois é condição básica para vender no nosso mercado interno.

      Daí, se tem uma loja no Brasil vendendo qualquer equipamento com plugue de pinos chatos, certamente o produto foi importado irregularmente.

      Quando se compra no exterior, a intenção é economizar, geralmente. Mas é necessário adaptá-lo às nossas condições técnicas, trocando o plugue.
      Assim, você terá um aparelho pelo qual pagou um preço bom e que tem total compatibilidade com as tomadas brasileiras.

  35. Uriel
    30 de janeiro de 2014 às 01:34

    Se a vantagem desde plugue fosse tao clara, nao haveria necessidade de texto tao extenso para explica-la.

    • 30 de janeiro de 2014 às 08:38

      Uriel, se você der uma olhada nos outros artigos de meu blog, irá notar que há textos muito maiores. É um hábito meu, tentar abordar os diversos aspectos de determinado assunto. Neste artigo, especialmente, conto minha experiência com os plugues e tomadas desde que comecei a me envolver com eletricidade.

      • JH
        23 de junho de 2014 às 18:24

        Prezado Zébio, para alguns que estão acostumados com uma imagem com alguma frase de efeito, um texto com três parágrafos já é um Himalaia.

        Parabéns pelo texto, muito elucidativo. Com a informação, revi meu preconceito quanto ao novo padrão.

        Abraço, JH.

  36. 29 de janeiro de 2014 às 22:13

    A maior dica é essa: Para fazer o plug novo de 3 pinos se encaixar nas tomadas antigas, BASTA PEGAR UM ALICATE E ARRANCAR O PLUG DO MEIO. Faço isso com todos os equipamentos que compro aqui. É a primeira coisa a se fazer. Mas, melhor ainda, é importar os produtos eletrônicos, ao invés de comprar aqui no Brasil. Não só fica mais barato, mas também não tem esse plug inútil do meio.

    • 30 de janeiro de 2014 às 08:33

      Gustavo, a inclusão de fio terra é uma proteção, da mesma forma que os plugues NEMA antigos, que eram de 2 pinos, agora tem o pino de aterramento.

      O dia que você ligar um computador sem fio terra, experimente testar a carcaça com uma chave-teste. Certamente a lâmpada dentro dela irá iluminar fortemente, indicando perigo potencial de choque.

      Desconsiderar o fio terra, em aparelhos que já vem com plugues de 3 pinos, é uma forma de asfaltar o caminho para a morte.

  37. Marciano
    29 de janeiro de 2014 às 22:11

    Zébio,
    parabéns pelo blog, que evidencia muito trabalho de pesquisa.
    quando o Brasil adotou esse padrão eu procurei explicação e consegui entender as vantagens. basta dizer a quantidade, cerca de 18 tipos, que era usada, a maioria sem oferecer mínimas condições de segurança.
    àqueles que condenaram e ainda condenam a regulamentação tenho procurado esclarecer, quase sempre sem êxito.
    dentre os antigos objetos de meu Pai, tem equipamento comprado no início dos anos 60 já com o formato agora adotado. e quem trabalhou em banco nos antigamente, poderá se lembrar de máquinas de calcular importadas que também já usavam esse modelo de tomada, comprovando que não se trata de jabuticaba….

    ps.: em minha casa, instalei DR e, nos principais pontos necessários, aterramento.

    • 30 de janeiro de 2014 às 08:28

      Marciano, obrigado pelas informações, é isso que eu pretendia mostrar com o artigo.

      Muitos parecem não lembrar que tínhamos uma tomada de 3 pinos chatos, de alta corrente, exclusiva para uso em ar condicionado e máquinas de lavar roupas. Agora, as tomadas destes aparelhos são compatíveis com as tradicionais.

      Isto faz toda a diferença em casas mais simples, que não tem recursos para instalar muitas tomadas e ficam utilizando a mesma para vários aparelhos.

  38. Antonio Ximenes Barros
    28 de janeiro de 2014 às 20:04

    O artigo muito esclarecedor

  39. Felipe afonso
    23 de janeiro de 2014 às 22:28

    Sabe dizer, o porque não foi feito diferenciação entre tomadas 127 e 220 volts? Ainda, no novo sistema, é possível queimar equipamentos 127 ligando no 220v

    • 24 de janeiro de 2014 às 12:57

      Felipe, o fato de termos tomadas de 10A e de 20A não indica que elas serão utilizadas somente numa ou noutra tensão. Cabe a nós fazê-lo.

      Comprei uma máquina lava-jato e o plugue veio com pinos grossos, da mesma forma que uma lixadeira e um ar condicionado. Todos 220V.
      Então, a grossura dos pinos refere-se à CORRENTE, não à tensão.

      A diferenciação de uso é feita pelo consumidor. Eu compro tomadas que vem com uma etiqueta reversível, que indica 110 ou 220V. Encontra-se no mercado, tomadas de cor vermelha, que diferenciam claramente. Este conceito de tomadas de cores diferentes é utilizado na indústria, é interessante que as residências passem a empregá-lo.

  40. 23 de janeiro de 2014 às 16:18

    Parabéns por “promover” esse mote da bizarrice. Pare pra se perguntar porque os americanos e japoneses estão pouco se lixando para o IEC60906-1 e continuam usando padrão NEMA? Porque lá a coisa é seria e é OBRIGATÓRIO o uso de dispositivo DR, coisa que aqui na Banânia é “obrigatório” desde 1990 pela NBR5410 e…. ninguém cobra, ninguém exige. Sendo que o dispositivo DR sim salva vidas. Anote… daqui algum tempo os engravatados lá do inmetro vão chegar a conclusão que crianças ainda estão enfiando pregos nos buracos da tomadas jabuticabas e levando choques. Ai eles vão vir como nhénhénhé que tem que cobrar o uso do DR e lá vai mais dinheiro do contribuinte.

    Por mim tinha que ser adotado o padrão universal (com pino de aterramento) e os pinos Europlug e NEMA-5 e cobrar efetivamente o uso do DR. Ah… não tem o DR? Suspende o fornecimento de energia ou instala compulsoriamente e cobra na conta de energia.

    Garanto que seria melhor e não criaria essa confusão toda e esse mercado de adaptadores PORCOS que temos hoje.

    • 24 de janeiro de 2014 às 12:47

      Luciano, cada país tem suas razões econômicas e estratégicas para definir o caminho a seguir. Da mesma forma que lá não é conveniente trocar TODAS as conexões para um novo padrão, pois geraria muitos protestos, aqui no Brasil também não podemos trocar TODOS os plugues e tomadas para um padrão mais inseguro, pois é muito antigo. Sempre tivemos os pinos redondos, lembre-se.

      Não nego os benefícios do DR, mas há outras questões às quais você não está dando importância.

      Nas periferias do Brasil todo são extremamente comuns as casas de um ou dois cômodos, com até quatro tomadas e uma ou duas lâmpadas.
      Estas famílias pobres tem dificuldades enormes para comprar qualquer produto, assim economizam sempre e sempre compram o que for mais barato.

      É óbvio que uma tomada mais segura fará toda a diferença no dia-a-dia destes lares.

      Por outro lado, os fabricantes, se não tiverem que obedecer a normas compulsórias, certamente farão produtos vagabundos, para dizer o mínimo.
      Ainda hoje você poderá comprar aparelhos elétricos que apresentam fugas de corrente, principalmente na área de refrigeração.
      Coloque um DR na casa do coitado e ele sofrerá com frequentes desligamentos.

      Falam muito, que falta fiscalização. Não é bem por aí, a fiscalização também tem que ser nossa. O fabricante que sabe o que é certo e tem escrúpulos, irá produzir com qualidade, não precisará de cabresto. Mas os produtos de má qualidade, NÓS é que teremos de BOICOTÁ-LOS.

      Eu, por exemplo, não tenho DR na minha casa (irei colocar ainda). Mas tenho FIO TERRA, que é obrigatório desde 2000, pelo menos.
      Optei por um conceito básico da eletricidade: a menor resistência possível dos fios significa a menor queda de tensão. Pois a queda de tensão significa perda de energia e dinheiro jogado fora. Além disso, comprei todos os itens elétricos de marcas com qualidade reconhecida.

      Assim, quando há qualquer curto-circuito, o disjuntor cai. Foi o que ocorreu numa chaleira elétrica inoxidável, que desviou para a carcaça o pólo fase da rede elétrica. O disjuntor caiu, mas eu poderia ter levado um choque sério se não fosse o aterramento.

      Outro dia, estava mexendo numa tomada energizada de 20A (eu sei, eu sei…) e levei um choque rápido. Caiu o disjuntor. Mas o ar condicionado, ligado ali, nunca fez cair o disjuntor.

      Por último, concordo plenamente com sua posição sobre os adaptadores, até tenho um artigo em preparo sobre eles…

      Ainda estamos em fase de transição dos padrões. Vejo pela minha casa, que tem tomadas modulares e aos poucos estou adicionando/trocando módulos padrão NBR. Sem estresse.
      Quando isto estabilizar, os adaptadores não serão mais necessários. O que muitos não compreendem é que adaptador é PROVISÓRIO. Se for para ligação permanente, melhor trocar o plugue, sai mais barato. É assim aqui e em qualquer outro país do mundo.

      • Heitor Santos
        30 de janeiro de 2014 às 21:25

        Olha, esses DR’S ja me salvaram muitas vezes. Sou totalmente adepto aos novos padroes NBR e acho muito mais pratico. Inclusive, o fato de excluir essas tomadas exclusivas para ar condicionados ja foi uma grande avanço.

      • 30 de janeiro de 2014 às 23:45

        Heitor, reconheço que tenho que aprender mais sobre estes dispositivos. Mas sei que se a instalação não estiver 100% boa, com bons equipamentos (sem fugas de corrente), o DR pode desligar seguidamente.

  41. Silvio
    23 de janeiro de 2014 às 15:35

    só para lembrar, que se a bitola dos fios da instalação, não estiver dimensionado para a carga a ser conectada na tomada, pode pegar fogo do mesmo jeito!

    • 24 de janeiro de 2014 às 14:47

      Silvio, obrigado pela lembrança, veja a resposta ao Luciano, onde comento exatamente sobre este ponto. Quando construí minha casa, coloquei fio 2,5mm em todas as tomadas. No barramento central, fio mais grosso ainda. Não quero me incomodar com qualquer tipo de aquecimento indevido na rede elétrica. Mas se for construir outra casa um dia, colocarei tubulação mais grossa, para não dar tanto trabalho…

      Inclusive, quero tubulações redundantes (se não vem de um lado, vem de outro), pois tive problemas com canos entupidos…

  42. tiagobarufi
    23 de janeiro de 2014 às 11:48

    Parabéns pelo belo texto, vou usar como referência!

    Gostaria de entender o motivo pelo qual se usa o 110V no Brasil. Na minha opinião, o ganho em segurança é insignificante – com as carcaças metálicas cada vez mais raras – e o desperdício de energia é relevante.
    Inclusive, em muitas cidades no Brasil o center tap não existe e todas as instalações usam 220V. Que tal um post investigando essa história?

    • 23 de janeiro de 2014 às 14:06

      Tiago, estou com um rascunho sobre isso fazem alguns anos…

      Sempre que escrevo sobre um assunto, busco a maior quantidade de informação possível, para embasar o texto e não incorrer em erros.
      Aí, as prioridades vão se alterando e o artigo fica um tempo esquecido.
      Mas uma hora dessas ele irá aparecer.

      O que já estudei sobre o assunto é que são sistemas legados, pois no passado não havia interligação da rede elétrica nacional e cada cidade importava um gerador que já determinava o que iria ser fornecido, conforme o país de origem.

      Havia uma multidão de configurações diferentes, já foi um grande passo padronizar em 220 e 127V CA. A próxima etapa, certamente, será a uniformização da tensão em todo o país para 220V.

      Pode ser que com a evolução dos equipamentos eletrônicos, não tenhamos no futuro tantos problemas com isso, daí os custos para a troca seriam mais baixos e o governo poderia peitar o desafio.

      Mas você não acha que antes, deveríamos ter casa, escola, água e esgoto para todos os brasileiros?

    • Douglas Melchioretto
      19 de março de 2014 às 19:29

      Prezado Tiago,

      Na verdade existem 3 tensões admissíveis para entrega de energia: 110, 127 e 220 (nominais).
      No caso de distribuição em ambientes urbanos, empregam-se transformadores tri-fasicos de 13,8 KVolts para 3 fases. Em alguns estados, cito o Paraná como exemplo, a distribuição ao usuário é realizada com tensão de 127V (Fase-Terra) e 220(Fase-Fase). Em outros, a exemplo de Santa Catarina, a tensão é 220V(Fase-Terra) e 380V(Fase-Fase). De onde vem essa relação ? 127 * raiz quadrada de 3 (1,73…) = 220. Isso é devido ao chamado de triângulo de potência, onde as fases são entreges com 120º de defasagem temporal em cada uma.
      Mas e o 110 ? De onde vem ? Em linhas de distribuição rurais monofásicas (apenas um fio é conduzido a propriedade) existe um transformador rebaixador, que converte de 13,8KVolts para 220 (Fase-Fase) e como usualmente têm um “Center-Tap”, nesse ponto se obtem 110V (Fase-Neutro), que é justamente a metade. Existe ainda o padrão 254V/127V em instalações rurais.

      Eng. Douglas Melchioretto

      • 27 de março de 2014 às 17:25

        Eng. Douglas, muito boa sua explanação! Sempre será bem vindo com suas opiniões.

  43. 23 de janeiro de 2014 às 11:09

    Bem detalhado, parabéns. Só troque os números das duas últimas referências. Abraço.

    • 23 de janeiro de 2014 às 13:54

      Diego, muito obrigado pela correção, abraço.

  44. Luciano
    23 de janeiro de 2014 às 09:28

    Concordo plenamente com esta parte “vários detalhes influenciam a criação das normas técnicas, elas não são editadas no canetaço, como muitos pensam”. Antes de serem editadas rola muito LOBBY e PROPINA!!!

  45. Carl
    22 de janeiro de 2014 às 23:30

    Falou muito, mas está defendendo o indefensável. O plug de tres pinos exclusivo da botocudolândia é uma merda indescritível e se houve uma avaliação técnica de verdade que chegou a essa conclusão deveriam ser todos demitidos por justa causa e presos pelo exercício ilegal da profissão

    • 23 de janeiro de 2014 às 13:51

      Carl, você irá encontrar bons e maus fabricantes no país, para qualquer produto. Cabe a nós reclamarmos se houver problemas.
      A norma estabelece padrões, que são continuamente aperfeiçoados e que os fabricantes deveriam obedecer. É assim no mundo todo.

      Vai dizer que nunca levou choque tirando um plugue que estava grudado na tomada…

  46. 31 de dezembro de 2013 às 13:18

    excelente texto, ajudou a esclarecer muitas duvidas! a principio eu detestava o padrao brasileiro, mas de uns meses pra ca vi algumas vantagens nele, e estou a cada dia mais gostando das vantagens que ele oferece. parabens pelo blog sensacional!

  47. José Rubens
    17 de dezembro de 2013 às 16:09

    Olá, porque reinventaram a roda ? Não seria muito mais prático e principalmente econômico adotar, por exemplo, o padrão americano e fazer o “poço” de encaixe nas tomadas ? Agora existem 2 tipos do que eles chamam de “padrão” (ressalva: PADRÃO que só é usado em dois países) um de 4 mm (10A) e outro de 4,8 mm (20A). Eu tenho um aspirador de pó com plug de 4,8 mm (20A) então vou ter que colocar tomadas padrão 4,8 mm (20A) em todos os cômodos da minha casa ou então comprar uma “belíssima” extensão de 100 mts para poder usar o aspirador. Ahhh mas você pode usar um adaptador e ligá-lo nas tomadas de 4 mm (10A). E esse adaptador existe no mercado. Maravilha…. estão incentivando o uso de aparelhos glutões de energia sendo usados em tomadas com capacidades menores. Realmente não entendi a lógica, se é que existe alguma, para adotarem “compulsoriamente” este novo padrão. Eu tenho um ar condicionado (220V) e um aspirador de pó (110V), se a empregada retirar o plug do ar condicionado e ligar o aspirador de pó, ADEUS aspirador !!!!! Como diferenciar, fisicamente, uma tomada de 110V de uma 220V ? para impedir esse tipo de erro ???? É a verdadeira farra do boi em se tratando de adaptadores. Porque não posso colocar na MINHA CASA o que melhor me convier ? Que criem um novo padrão é problema do INMETRO/IPT, mas que proíbam a comercialização de outros modelos já chega perto de uma ditadura. Acho que o tiro vai sair pela culatra. Mais cedo ou mais tarde vão ceder….. Ou nós somos os melhores em tudo ou então não sabemos fazer nada certo.

    • 19 de dezembro de 2013 às 01:07

      José, não reinventaram a roda, veja que temos o padrão de pinos redondos desde a década de 1960, pelo menos. Então, fazem 50 anos que usamos plugues e tomadas compatíveis com os europeus. Porque agora seria diferente? O plugue de 2 pinos de 4mm, chamado de Europlug é o mais utilizado do mundo. Estamos errados?

      Já as conexões que usam/aceitam pinos de 4,8mm, realmente temos somente no Brasil (o padrão IEC é 4,5mm, vai até 16A). Mas ela tem uma vantagem: é compatível pino a pino com a tomada de 10A NBR, a de 16A IEC e pode manejar até 20A. É no mínimo 4 amperes a mais que qualquer outra conexão doméstica utilizada até alguns anos. Isto faz com que as tomadas aqueçam menos quando ligam equipamentos potentes.

      Além disso, numa residência bem projetada, cada peça pode ter uma tomada de 20A, enquanto todas as outras são de 10A. Isto incentiva o costume de diferenciar as tomadas mais potentes, quando é necessário ligar um aquecedor, por exemplo. Os aparelhos de ar condicionado e máquinas de lavar roupa já tinham tomadas exclusivas de 3 pinos chatos, isso acabou, agora todas são compatíveis.

      Quanto ao problemático legado de nosso passado, o fato de haver capitais com rede de 127V e o restante do país com ligação de 220V.
      Um dia, algum governo deverá peitar estas cidades e fazê-las aceitar o padrão de 220V. Vai dar pano pra manga.

      A maioria do Brasil tem rede elétrica de 220V, então é lógico que num futuro próximo, o padrão brasileiro terá esta tensão. Toda a União Europeia é 230V, foi unificada há alguns anos. Com a padronização de tensão, os equipamentos vendidos aqui poderão ser ligados em qualquer tomada.

      Isto evitará o uso daqueles espelhos vermelhos, que sinalizam quando a tensão é mais alta. Aliás, você precisa deles. Ou talvez de algumas simples etiquetas com a inscrição “220V”.

      Mas o grande benefício com a rede elétrica unificada é que acabará a frequente queima de aparelhos ligados em voltagem errada. O meu post mais acessado, em 2013, por exemplo, é sobre o conserto de uma fonte XBOX que foi ligada em 220V… Se vendessem somente aparelhos 220V, isto não aconteceria.

      Se em sua casa a rede é de 127V, certamente alguns equipamentos de alto consumo, como o ar condicionado, serão 220V. Isto acontece até nos EUA. Não é econômica a rede de 127V, pois precisa de fios mais grossos. E os fios são de cobre, então já viu, né.

      Sobre os adaptadores, eles deveriam servir apenas como quebra-galho temporário. Afinal, sai mais barato trocar o plugue.

      Por último, os padrões. Se cada um fizesse o que lhe desse na telha, não teríamos nem um décimo do conforto tecnológico que temos hoje. A sua casa utiliza lâmpadas com soquete E27, o pé direito dela não deve ter menos de 2,20m, os canos de água tem diâmetros bem determinados. Ou seja, há inúmeras normas e padrões influenciando nossa vida.

      Você não acha que seria interessante, por exemplo, padronizar os cartuchos de impressoras? Hoje, cada fabricante produz o seu modelo, que dura poucos anos e fica obsoleto. Mas seria possível desenvolver um padrão de reservatórios de tinta ou toner, é só querer. Esta confusão de hoje é semelhante à do século XIX, quando havia uma miríade de padrões de parafusos e porcas.

  48. Geraldo
    24 de outubro de 2013 às 19:17

    Parabéns e muito obrigado! Excelente explanação e ótima argumentação. Eu acreditava que tínhamos uma jabuticaba, mas em viagem recente vi pinos sextavados na Alemanha. Resolvi pesquisar e encontrei o seu Blog. Eu mudei radicalmente de opinião. Foi feito um ótimo trabalho!

    • 24 de outubro de 2013 às 21:53

      Geraldo, a intenção do artigo (e do blog) é esta: informar, sem enganar. Além disso, não vamos ofender a jabuticaba, uma fruta brasileira, de gosto fabuloso, que tem que ser comida no pé, e sobre a qual não fizeram ainda estudos suficientes. Um dia, quero tomar um vinho de jabuticaba…

  49. lcdsantos
    16 de outubro de 2013 às 13:04

    Zébio, descobri você, infelizmente, só hoje. São pessoas como você que realmente colaboram para um Brasil melhor!

  50. Solange de almeida
    11 de outubro de 2013 às 13:38

    Eusébio, vc é o típico brasileiro em extinção: seu blog está 40 anos no futuro… infelizmente o Brasil ainda é feudal.
    Parabéns.

    • 11 de outubro de 2013 às 23:08

      Solange, muito obrigado, meu desejo sempre é informar, sem enganar.

  51. Cristian Vier
    31 de agosto de 2013 às 14:51

    Amigo Eusébio ótimo artigo e concordo plenamente com você. Sou técnico em eletrônica e apoio a nova norma brasileira embora acredite que ela tenha demorado demais para ser criada e por isso irá gerar transtornos nessa implementação. Sempre preferi o padrão europeu (2 pinos redondos) por motivos lógicos (maior robustez, simplicidade e segurança principalmente). O que a gente precisa no Brasil é desenvolver projetos próprios daqui e não depender tanto dos EUA e do Japão. Quem fica reclamando desse padrão que vá morar no Japão ou nos EUA então porque não está colaborando em nada para o desenvolvimento deste país. Engraçado que as pessoas acham que nesses países (EUA, Japão) tudo é compatível mas lá diversos aparelhos são chineses ou europeus e adivinha que padrão eles usam?? O que a gente precisa é desenvolver projetos nossos e acreditar neles como você está fazendo. Abraço e me esclareceu algumas dúvidas.

    • 1 de setembro de 2013 às 23:02

      Cristian, obrigado pelas palavras de apoio. Com relação ao mundo, muitos não se dão conta que ele é muito maior que nossa vizinhança. Por exemplo, leva-se 24 horas dentro de um avião para ir até a China…

  52. Marco
    20 de agosto de 2013 às 23:37

    os EUA, a Alemanha, o Japão e outros países intelectualmente deficitários se curvam à sapiência de cérebros tupiniquins brilhantes como o seu. de minha parte, já está decidido: importei TODAS as tomadas e interruptores para o meu novo apartamento dos EUA, assim terei uma infraestrutura compatível com 80% dos meus equipamentos, o restante eu corto fora essa coisa nojenta chamada “padrão brasileiro” e coloco algo sintonizado com o mundo civilizado. assim, no dia em que resolver me mudar dessa joça brasiliana, não precisarei me preocupar com isto. já basta ter que convencer o mundo de que não sou ladrão, incompetente ou vagabundo por ter nascido nesta terra de ruis barbosas altamente discurseiros e nada realizadores.

    • 25 de agosto de 2013 às 21:13

      Marco, quando você estiver nos EUA e resolver comprar uma moradia no Japão, poderá levar os mesmos plugues. Mas se comprar na Inglaterra, lembre-se de trocar TODOS os seus plugues para o padrão deles, de pinos quadrados. Ah, e leve tudo bivolt, senão queima… Depois, quando você comprar um apartamento em Israel, troque novamente TODOS seus plugues, que usa pinos ovalados. E daí, se você se mudar para a Austrália, lembre-se de trocar TODOS os seus plugues novamente, para os pinos chatos em triângulo. Todos são países civilizados, e NENHUM DELES é compatível com o padrão americano, exceto o Japão… Os outros países, você não irá considerá-los civilizados, como Panamá, Colômbia ou Costa Rica.

      Agora, se você sair do Brasil e for morar na França, Alemanha, Espanha, Itália, Suécia, Suíça, Dinamarca, Holanda, Noruega, Rússia ou Coreia, não precisa trocar todos seus plugues. Aliás, como em praticamente TODA a Europa e Ásia. Você terá dificuldade somente com aqueles que precisam de fio terra. E estes países também são considerados civilizados, veja só…

      • 14 de novembro de 2013 às 03:03

        Muita gentileza sua dignar com uma resposta as fezes verbais de um energúmeno como esse indivíduo. Para mim, esses Diogos Mainardis da vida que falam do Brasil como lixo, pondo tudo o que há aqui no mesmo balaio, e usando como metro de comparação países “civilizados”, demonstram, para começar, uma enorme ignorância com relação a outros países, e em segundo lugar, são exatamente eles uma das principais causas das mazelas da nossa pátria. Esse sujeitinho que vá lavar privadas nos EUA para viver na “civilização”. Sobre os EUA, aliás, ainda acredito mais na definição de Salvador Dali, em seu romance “Rostros Ocultos”: “Os Estados Unidos são um país onde as frutas não têm gosto, as mulheres não têm vergonha e os homens não têm honra.”

        Parabéns pelo seu magistral e completíssimo artigo, com o qual, obviamente, ninguém é obrigado a concordar, até por ele ser bastante opinativo, mas que certamente ganha de dez a zero em coerência e inteligência de qualquer ataque que li até hoje sobre o “padrão jabuticaba”.

      • 14 de novembro de 2013 às 11:19

        Olá, “Mousse no ventilador”, bom nome, este…

        Tenho visto cada vez mais a grande mídia juntar fatos com opiniões, sendo que isto vai contra tudo o que o bom jornalismo prega.
        O artigo da malfadada revista, que chama de “padrão jabuticaba” o nosso novo padrão de plugues e tomada é um exemplo claríssimo disto.

        E ainda prestam um desserviço a uma fruta tipicamente brasileira, que ainda dará muito o que falar no futuro, tais são suas qualidades.

        Por isto é que meus artigos são opinativos, pois também quero falar o que vejo de errado, ou de certo.
        Afinal, é o meu direito de expressão.

        Se gostarem, obrigado, senão, paciência…

  53. 15 de julho de 2013 às 13:21

    Amigo encontrei seu blog pelo google e amei! ^^ Parabéns pelo ótimo conteúdo, e vou aproveitar a oportunidade para sanar uma dúvida se for possível: Fiz uma instalação num cômodo aqui em casa, na verdade é o que chamamos de “puxadinho” atrás da casa rsrsrs O puxadinho tem três cômodos e fiz toda a instalação do puxadinho com fios de 2,5 mm² flexível para tomadas e fios de 1,5 mm² para a instalação das lâmpadas. A minha dúvida é que, temporariamente tive que ligar os fases e neutros numa instalação da minha casa e por enquanto o fio terra está inativo, porém para minha surpresa o terra está energizado! Usei o multímetro como teste e ele acusa energia no terra, medi a voltagem entre o terra e o neutro e está dando 70V! Queria entender como isso é possível. Já verifiquei a instalação completamente está tudo corretamente isolado. Eu mesmo fiz a instalação procurando o menor número de emendas e sempre que elas ocorreram usei solda fria e isolante tipo “espaguete”. Já troquei até a polaridade dos fios e acontece a mesma coisa. Seria algo do tipo “indução eletromagnética dos fios”?

    • 15 de julho de 2013 às 22:20

      Nataniel, tive exatamente o mesmo problema que você, o fio estava sem qualquer ligação, mas a lâmpada de teste dizia que era fase…

      A causa deste problema é, realmente, a indução eletromagnética, que é o mesmo efeito que faz um transformador funcionar. No seu caso, o comprimento da fiação, que fica junto com o fase e o neutro, é suficiente para induzir alguma tensão no cabo. Mas que somente são suficientes para acender uma chave teste ou energizar o ponteiro de um multímetro analógico.

      A corrente disponível é muito baixa, não conseguirá acender nem uma lâmpada incandescente comum. Se conseguir acendê-la, implica que sua instalação tem algum lugar com fuga de corrente, que pode ocorrer caso tenha puxado os fios com muita força e causado uma ruptura da capa em algum ponto.

      Não entendi a sua “solda fria”. É um termo utilizado em eletrônica, que indica que a solda não foi bem feita…

      • 15 de julho de 2013 às 23:56

        Ops, desculpe a ignorância! >.< Acho que o termo correto é solda estanhada… Enfim a solda que se faz em fios elétricos… Só mais uma dúvida: Com o fio terra captando a indução eletromagnética do fase, se eu ligar o terra ao aterramento haverá consumo de energia ou talvez o termo seja rota de fuga? Esses 70V no terra são suficientes para causar choques se conectar algum equipamento ou a amperagem é realmente muito baixa? Abraços e obrigado por responder! 😀

      • 18 de julho de 2013 às 18:24

        Nataniel, veja que as duas extremidades do seu fio terra estão abertas, sem qualquer ligação. Por isto, a indução que ocorre apenas por causa da proximidade com a fiação, gera uma tensão razoável, mas com impedância extremamente alta. Não deve ter qualquer possibilidade de ligar algo mais forte do que uma lâmpada neon, ou conseguir deflexionar o ponteiro de um multímetro, como lhe falei. Mas se houver curto-circuito, por causa de alguma parte desencapada, que pode causar os defeitos mais loucos, aí seria melhor refazer a fiação. Você pode instalar uma carga (uma lâmpada de 220V) e medir a corrente. Esta será sua corrente de fuga. Se for muito baixa, talvez nem consiga medir, pois deve ser uma corrente na faixa dos microamperes (uA).

  54. Wander de Castro
    11 de março de 2013 às 13:29

    Nas tomadas de três pinos temos a regulamentação para ligação dos fios fase, terra e neutro. Nas geladeiras com plugue de dois pinos, como saber qual é o pino fase/neutro? Se tanto faz a posição de ligarmos esse plugue na tomada, porque então definir posição de fase neutro na tomada?

    • 11 de março de 2013 às 15:05

      Olá, Wander: Em princípio, a posição do fase e neutro não é relevante para os aparelhos com fontes chaveadas (televisores, carregadores de celular, leitores de DVD, computadores). Em aparelhos com motores e compressores, como freezers, geladeiras, máquinas de lavar roupa, pode ser importante.

      Além disso, nas redes de 127V, quando o aparelho consome muito (como um ar condicionado), ele é ligado entre duas fases. A tomada, então, transforma-se em 220V, com DOIS pólos fase (não tem neutro). Entre duas fases, na rede 127V, resulta 220V. O que importa é ter fio terra.

      Mas concordo que diversos equipamentos precisam indicação de fase e neutro, principalmente aqueles que tem motores, como as geladeiras. É que, nestes casos, o motor da imensa maioria destes equipamentos induz tensão na carcaça. Isto ainda poderia ser resolvido com melhorias no aspecto construtivo destes motores, como o duplo isolamento, mas é uma outra história.

      Numa geladeira ou freezer, haverá uma posição do plugue na tomada, que fará com que a carcaça fique levemente energizada. Deslize com as costas da mão em alguma parte metálica da geladeira, que você notará um leve formigamento. Se você estiver descalço ou sobre chão úmido, poderá ser muito perigoso. Poderá também utilizar aquelas chaves-teste, que ligam uma lâmpada neon no seu interior.

      A posição correta do plugue é aquela em que a carcaça não fica energizada (não dá formigamento/não acende a chave-teste). Se ela fica sempre energizada, qualquer que seja a posição do plugue, a geladeira tem problemas de isolamento.

      Se você mantiver o plugue na posição desenergizada, que é a correta, poderá ligar a carcaça da geladeira no fio terra. Se for invertida a posição do plugue, o consumo de energia aumentará, pois a carcaça, energizada, drenará corrente para o fio terra (por culpa da geladeira ou freezer). Geralmente a geladeira tem um fio verde enrolado atrás do aparelho, ou como um apêndice, junto ao plugue da rede elétrica. Ele é o fio terra.

      Quanto às tomadas, sou da opinião que devem estar dentro de um padrão, pois certas regras facilitam o dia-a-dia. As normas já definem a cor dos fios, nos eletrodutos, para terra, fase e neutro. É mais racional continuar com a padronização até o ponto da tomada.

      Não sei se consegui lhe esclarecer.

      • Wander de Castro
        11 de março de 2013 às 16:14

        Valeu mesmo, pois estou de mudança para um apto que as tomadas possuem três furos e meus eletrodomésticos da cozinha possuem plugues com 02 pinos e um fio verde a parte. Vou fazer a troca dos plugues para três pinos colocando o verde no meio dos três e estava com dificuldade de identificar os fios fase/neutro da geladeira e da máquina de lavar roupas para fazer o novo plugue. Quando ligo a geladeira ou a máquina de lavar roupas o DR desliga. Será que com a troca dos plugues esse problema se resolverá?

      • 11 de março de 2013 às 16:31

        Wander, em princípio o DR faz uma comparação entre a quantidade de energia que entra pelas fases e a soma resultante, que deve retornar pelo neutro. Se a diferença entre a soma das correntes de entrada, menos a corrente de retorno, for maior que alguns miliamperes, o DR desliga.

        Portanto, das duas, uma: ou o DR está subdimensionado para a sua instalação, ou – mais provável – a carcaça de algum destes equipamentos está com fuga de corrente. Faça o teste que lhe falei no comentário anterior, e também certifique-se que todas as tomadas do apartamento estão com o fase no lado certo. Aquele teste só funciona com o aterramento desligado.

        Se o DR continuar desligando, mesmo após as modificações, a solução é testar um a um os eletrodomésticos da casa, inclusive o ar condicionado. Um deles (ou mais de um) certamente tem problema, e fará você gastar energia elétrica à toa. Talvez você tenha que fazer uma adaptação para desacoplar provisoriamente o fio terra de cada equipamento, até encontrar aquele que está com defeito.

  55. 26 de fevereiro de 2013 às 09:42

    emocionante 🙂

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