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LED – Agora, só lâmpadas certificadas

22 de fevereiro de 2017 Deixe um comentário Go to comments

Figura 1 – Lâmpadas LED Brilia, com selos ENCE (Etiqueta Nacional de Conservação de Energia) de certificação LED INMETRO/PROCEL, já à venda em supermercado.

Figura 1 – Lâmpadas LED Brilia, com selos ENCE (Etiqueta Nacional de Conservação de Energia) de certificação LED INMETRO/PROCEL, já à venda em supermercado.

Em visita a dois grandes supermercados da Região Sul (Bourbon e Angeloni), no início de 2017, tive a grata surpresa de encontrar à venda lâmpadas LED com o selo PROCEL, do INMETRO. Atenção: Não é aquele selo com classificação de letras, as lâmpadas LED usam uma etiqueta diferente, só delas, olhe a figura 1 acima.

São as tais lâmpadas LED certificadas. Conheça as vantagens da certificação de lâmpadas LED e a partir de quando as regras serão compulsórias (obrigatórias) para os fabricantes, distribuidores e vendedores.

Figura 2 – Lâmpadas LED certificadas Philips, à venda em gôndola de supermercado.

Figura 2 – Lâmpadas LED certificadas Philips, à venda em gôndola de supermercado.

Figura 3 – Lâmpadas LED certificadas da Brilia, à venda em gôndola de supermercado.

Figura 3 – Lâmpadas LED certificadas da Brilia, à venda em gôndola de supermercado.

Figura 4 - Lâmpadas LED certificadas da Taschibra, à venda em gôndola de supermercado.

Figura 4 – Lâmpadas LED certificadas da Taschibra, à venda em gôndola de supermercado.

Nos dois supermercados, foram vistas as marcas Philips, Brilia e Taschibra (figuras 2, 3 e 4) e o preço estava razoável (ainda pode melhorar). Depois, em outras lojas encontrei as marcas FLC, Galaxy LED, Kian e Osram, também certificadas.

Comprei a Brilia de 4,8W, uma das mais eficientes, pois atinge 100 lm/W (lúmens por Watt). Para uso em uma pequena peça, a emissão de 480 lúmens é suficiente (ver tabela mais adiante). Prefiro a temperatura de cor branca quente (3000K), que dá aquele tom amarelado, mais aconchegante. Custou R$13,90. A vida útil estimada é de 25 mil horas (mínima recomendada pela norma), o que dá uns 14 anos de duração, supondo 5 horas de uso por dia. Paguei pra ver…

Há detalhes interessantes, como a tensão de trabalho, que é bivolt (ou autovolt, como a Taschibra informa). Acabou o estresse de comprar lâmpada errada. E o modelo da Brilia (figura 5) veio numa caixinha, não naqueles malditos blisters plásticos, que nem tem onde guardar, pois 3 ou 4 deles já não cabem numa caixa de sapatos.

Para quem ainda não ouviu falar da certificação [1] [2], o INMETRO publicou em 13 de março de 2015 a portaria 144/2015 [3], que definiu as datas compulsórias e os requisitos para fabricação, importação e comercialização das lâmpadas LED. Esta portaria foi assinada em 13 de março de 2015, mas entrou em vigor no dia 17 de março de 2015, quando foi publicada no Diário Oficial da União. O último artigo dessa portaria (9º), contempla este detalhe da vigência. Portanto, todos os prazos referidos na portaria contam de 17/03/2015 em diante.

Por causa do pouco tempo para as provas de certificação (que levam em torno de 4 meses) e dos grandes estoques de lâmpadas LED não certificadas, houve duas postergações, através das portarias 76/2016 [4] e 221/2016 [5]. As postergações ampliaram em alguns meses os prazos iniciais.

Conforme a última portaria (221/2016), os fabricantes e importadores estão obrigados, desde 17 de outubro de 2016, a comercializar somente lâmpadas LED certificadas. Para os grandes distribuidores e atacadistas, o prazo da obrigatoriedade começa em 17 de julho de 2017. E as micro e pequenas empresas poderão vender lâmpadas não certificadas até 17 de janeiro de 2018.

A certificação é obrigatória para lâmpadas LED com o circuito de acionamento acoplado, formando uma peça única e não destacável (pronta para ligar), como as luminárias de painel LED (com driver embutido) e as lâmpadas LED com soquete de rosca. Não se enquadram nesta certificação as fitas LED, as lâmpadas LED que emitem luz colorida, nem os produtos de tecnologia OLED (Organic Light Emmitting Diode).

A certificação dos LEDs foi tratada com mais detalhes na parte 2 da série de artigos sobre as lâmpadas de filamento LED. Lembrando que as lâmpadas de filamento LED são até 40 % mais eficientes do que os modelos leitosos (compare as duas nas figura 5 e 6). Um dos motivos para isso é justamente a superfície transparente dos bulbos de filamentos LED. Para mais detalhes, consulte os textos sobre os filamentos LED (aqui, parte 1) e (aqui, parte 2).

Figura 5 – Lâmpada LED Brilia de 4,8W, bulbo A60 leitoso, certificada pelo INMETRO.

Figura 5 – Lâmpada LED Brilia de 4,8W, bulbo A60 leitoso, certificada pelo INMETRO.

Figura 6 – Lâmpada de filamento LED Brilia de 2W, modelo mini-globo 433607, também certificada pelo INMETRO. Fonte: André Iluminação [6].

Figura 6 – Lâmpada de filamento LED Brilia de 2W, modelo mini-globo 433607, também certificada pelo INMETRO. Fonte: André Iluminação [6].

O selo de certificação ajuda o consumidor a escolher a melhor lâmpada, pois contém informações importantes.

A mais essencial dessas informações é a eficiência luminosa, medida em lúmens por Watt (lm/W). Esta característica informa a relação entre a quantidade de luz emitida e a potência consumida. Ou seja, quanto é que a lâmpada consome para fornecer determinada quantidade de luz.

No caso da lâmpada que comprei, que tem rendimento de 100 lm/W e potência de 4,8W, o fluxo luminoso é de 480 lúmens.

Mas, na prática, o que significa esta quantidade de lúmens? Precisamos comparar com outras lâmpadas, para saber escolher. A tabela abaixo ajuda nesta tarefa, pois mostra a emissão luminosa das lâmpadas incandescentes e fluorescentes. Ali vemos que a lâmpada LED da Brilia, que emite 480 lúmens, fica perto das incandescentes de 40W e das fluorescentes compactas de 13W.

Do mesmo modo, se alguém quiser uma iluminação equivalente às antigas incandescentes de 60W, precisará de uma lâmpada que emita entre 800 e 950 lúmens.

PORTANTO, NÃO ESCOLHEMOS MAIS AS LÂMPADAS POR SUA POTÊNCIA, mas sim pela quantidade de lúmens que emitem. Aliás, a norma não estabelece potência fixa para as lâmpadas, o que é muito bom. Como há lâmpadas LED com rendimentos diversos (e em constante melhoria), a potência mais alta não garante que a lâmpada é mais luminosa, só informa que consome mais energia.

As lâmpadas LED encontradas nas lojas apresentavam rendimentos desde 78 até 124 lm/W, mas teoricamente os LEDs podem alcançar 300 lm/W. Ainda há muito o que melhorar.

Tabela I - Emissão luminosa de lâmpadas fluorescentes e incandescentes.

Tabela I – Emissão luminosa de lâmpadas fluorescentes e incandescentes.

Uma observação. Se formos falar corretamente, eficiência costuma ser referida como um indicador percentual, o correto seria chamar a informação lm/W de eficácia luminosa.

A certificação, além de obrigar a publicar no selo a eficácia, a potência consumida e a intensidade do fluxo luminoso, exige das lâmpadas LED:

Vida útil mínima de 25 mil horas (para os modelos normais), ou de 15 mil horas (para as lâmpadas LED decorativas). É bastante tempo, mas pode ser drasticamente encurtado se a lâmpada ficar exposta a altas temperaturas. Por exemplo, deve-se evitar luminárias fechadas, pois estas lâmpadas eletrônicas precisam de ventilação.

Índice de reprodução de cor (IRC) igual ou maior a 80. Quanto mais o IRC se aproxima de 100, mais vivas e fiéis são as cores sob a luz da lâmpada. Observe que a temperatura de cor (em graus Kelvin) não tem relação direta com o IRC (qualidade das cores). O tom da lâmpada pode ser amarelado e ainda assim reproduzir muito bem as cores do espectro (como fazem as incandescentes). Os LEDs e as fluorescentes ainda têm deficiências importantes no espectro de cores, a vantagem é que emitem pouco infravermelho (calor), o que torna estas lâmpadas mais econômicas.

Temperatura de cor. Como os LEDs podem ser fabricados em diversas tonalidades de branco, as lâmpadas devem expor a temperatura de cor, em graus Kelvin (K). Lâmpadas até 3000K tem a luz amarelada, entre 4000K e 5000K emitem a luz branca neutra e de 6000K para cima a luz é azulada. Estas temperaturas de cor também são referidas como luz quente, neutra ou fria, respectivamente.

Fator de potência (Fp) mínimo de 0,7, para lâmpadas entre 5 e 25W. Acima de 25W, o Fp tem que ser igual ou maior a 0,92. Abaixo de 5W, não é exigido Fp. O fator de potência máximo é 1, é quando a lâmpada não introduz distorção alguma na rede elétrica (comporta-se como uma carga resistiva, igual a uma incandescente).

Estes e outros dados, como a potência, a corrente de consumo, a tensão e frequência de trabalho, a temperatura de operação, a possibilidade de dimerização, etc., devem ser colocados de forma visível na embalagem. Algumas destas informações também devem aparecer no corpo da lâmpada, como demonstram as figuras 7 e 8.

Figura 7 – Informações presentes em duas faces da embalagem de lâmpada LED Brilia de 4,8W.

Figura 7 – Informações presentes em duas faces da embalagem de lâmpada LED Brilia de 4,8W.

Figura 8 – Inscrições na lâmpada Brilia de 4.8W.

Figura 8 – Inscrições na lâmpada Brilia de 4.8W.

A vantagem mais evidente da certificação de produtos pelo INMETRO é a garantia de qualidade, pois os produtos ruins não passam nos testes de conformidade. Com isso, os fabricantes ficam obrigados a alcançar os requisitos mínimos de economia energética, segurança e vida útil para suas lâmpadas LED. Caso contrário, não poderão colocá-las nas lojas.

Além disso, a importação de lâmpadas LED será disciplinada. Para evitar produtos de má qualidade ou de procedência duvidosa, os importadores já estão obrigados a trazer somente lâmpadas que se enquadram nos requisitos da certificação LED. E a partir de 17 de janeiro de 2018, TODAS as lojas deverão vender somente lâmpadas LED certificadas.

Para nós, consumidores, a certificação das lâmpadas LED significa menos incomodações, porque elas terão de ser mais confiáveis. Chega de ver lâmpadas LED piscando em todo lugar, como demonstra o vídeo abaixo, feito em fevereiro de 2017:

Em razão do encerramento do prazo para vender lâmpadas não certificadas, deverão aparecer, no correr do ano 2017, várias ofertas de lâmpadas LED sem o selo de certificação, pois as lojas terão que se livrar destes estoques. Já encontrei preços muito bons, inclusive comprei lâmpadas e luminárias LED não certificadas, pois eram de marca tradicional, muito confiável (Osram).  Ah, e as lâmpadas LED desta marca também vem em caixinhas…

Se os lojistas não conseguirem vender tudo, provavelmente pedirão arrego ao INMETRO, para alongar outra vez o início da venda obrigatória de lâmpadas certificadas… Torço para que isto não aconteça.

Como o preço médio ainda não é lá muito convidativo, apesar das promessas de grande durabilidade, é recomendável exigir da loja o cupom fiscal, para poder reclamar em caso de defeito. Alguns lojistas inclusive escrevem no corpo da lâmpada LED a data da compra, para evitar problemas.

Para quem deseja comprar somente lâmpadas LED certificadas, há uma lista publicada pelo INMETRO [7], que informa as marcas e modelos que passaram nos testes, consulte aqui. Em 22 de fevereiro de 2017, a lista do INMETRO tinha 3884 lâmpadas certificadas.

Para acessar essa base de dados, que abrange todos os produtos certificados pelo INMETRO, é só escolher “Lâmpadas LED com Dispositivo Integrado à Base – PT Inmetro n° 144/2015” e clicar no botão buscar. Há vários modos de refinar a busca.

Também podem ser consultados na mesma base do INMETRO outros produtos certificados, como adaptadores de plugues e tomadas, aquecedores de água a gás, bebedouros, berços infantis, cachaças, carrinhos para crianças, colchões, copos plásticos descartáveis, móveis escolares, panelas, pneus, reatores eletrônicos de lâmpadas fluorescentes e muitos outros.

Infelizmente, esta página web não permite salvar a consulta em arquivo. E é meio teimosa, pois após algumas consultas, o servidor nega a conexão. Mas serve como guia para quem quiser comprar produtos de melhor qualidade. Detalhe: dependendo do produto, a certificação pode não atingir todas as linhas de produção do fabricante, de modo que é importante atentar para o exato modelo certificado.

Outra opção é acessar a tabela do programa PROCEL [8] com as lâmpadas LED certificadas (consulte aqui), mas ela tem uma atualização mais demorada, além de ser parcial, pois não constam todos os modelos do link do INMETRO [7].

Então, façamos bom uso da certificação das lâmpadas LEDs!!

[1] Expert Solution – Certificação de lâmpadas LED está valendo oficialmente – http://www.expersolution.com.br/single-post/2016/03/01/A-Certifica%C3%A7%C3%A3o-compuls%C3%B3ria-de-l%C3%A2mpadas-LED-est%C3%A1-valendo-oficialmente

[2] KianBrasil – Inmetro – Cartilha lâmpada LED – http://www.kianbrasil.com.br/images/downloads/lampada-led-inmetro.pdf

ou INMETRO – Cartilha lâmpada LED – http://www.inmetro.gov.br/inovacao/publicacoes/cartilhas/lampada-led/lampadaled.pdf

[3] INMETRO – Portaria 144/2015 – http://www.inmetro.gov.br/legislacao/rtac/pdf/RTAC002235.pdf

[4] INMETRO – Portaria 76/2016 – http://www.inmetro.gov.br/legislacao/rtac/pdf/RTAC002387.pdf

[5] INMETRO – Portaria 221/2016 – http://www.inmetro.gov.br/legislacao/rtac/pdf/RTAC002411.pdf

[6] André Iluminação – Brilia – Bulbo LED bolinha filamento 2W – https://www.andreiluminacao.com.br/lampada-led-bolinha-filamento-2w-e27-2700k-bivolt-433607-brilia

[7] INMETRO – Busca de produtos certificados – http://www.inmetro.gov.br/prodcert/produtos/busca.asp

[8] PROCEL – Lista mensal de lâmpadas LED certificadas com o Selo ENCE/Procel do INMETRO – http://www.procelinfo.com.br/main.asp?View=%7BB70B5A3C-19EF-499D-B7BC-D6FF3BABE5FA%7D

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  1. kareninalagem.
    20 de setembro de 2018 às 16:55

    Gostei muito do texto, é esclarecedor. entretanto, em minhas pesquisa sobre as melhores opções de compra – levando em conta o custo-benefício – as mais indicadas são G-LIGHT A60 e OSRAM LED SUPERSTAR CLASSIC A. A BRILLIA, por exemplo, perde eficiência ao longo do tempo. e não dura o que promete. As marcas LEXMAN, GOLDEN ULTRALED A60, OUROLUX SUPERLED OURO 100 e KIANLED 5MD CLASSIC, apresentaram inúmeros problemas, entre eles, durabilidade 40% menor do que a indicada na embalagem; ou seja, totalmente desaconselhadas. Outras que também não foram bem: EMPALUX, FLC, SYLVANIA, TASCHIBRA e PHILIPS.

    • 24 de setembro de 2018 às 01:18

      Karenina, o artigo pretendeu antes parabenizar as empresas pelo cumprimento das normas ABNT, não tanto para servir como exemplo de compra.

      Nos meus testes, as lâmpadas LED que tenho em casa não tem dado problemas, exceto uma da Golden Superled, de 9,5W. Todas as outras tem funcionado bem, porque também cuido muito onde elas são instaladas. Muitas vezes, até a posição influencia na conveçção (vertical, vertical invertida, horizontal, inclinada). Esta Golden estava instalada inclinada.

      Os lustres das lâmpadas LED devem ser SEMPRE ABERTOS, pois a ventilação é essencial e determinante para a vida útil delas.

      Todas as marcas aquecem, isso certamente traz problemas ao longo do tempo, principalmente com relação à eficiência luminosa, cor emitida e durabilidade.

      Assim, fabricantes tradicionais, como GE, Philips, Osram, seriam em teoria, mais confiáveis, pois controlam mais de perto a produção de seus LEDs.

      Mas, se qualquer deles colocar no mercado uma lâmpada de combate, cujos LEDs operem muito perto de seus limites máximos, a falha é certa. E o dinheiro, perdido…

  2. Edmilton
    3 de outubro de 2017 às 15:38

    Ótimo texto !

  3. José Canosa Miguez
    2 de junho de 2017 às 21:22

    Excelente, Euzébio, parabéns! Conteúdo muito bem pesquisado e apresentado.
    José Canosa Miguez

  4. MAURI
    22 de fevereiro de 2017 às 17:33

    MARAVILHA – ESSE É O CAMINHO.
    AGORA VAMOS EXPLORAR A ENERGIA FOTOVOLTAICA, EÓLICA, MAGNÉTICA.

  1. 25 de setembro de 2017 às 10:32

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